BICENTENÁRIO DA IMPRENSA BRASILEIRA - UMA JUSTA HOMENAGEM A HIPÓLITO MENDONÇA
Por HERÁCLITO NEY SUITER | 03/10/2009 | História
Em 1º de junho, comemoramos o Dia da Imprensa. Até
Hipólito: um exemplo a ser seguido
Nascido na Colônia do Sacramento, então domínio da Coroa portuguesa, Hipólito era filho de família abastada do Rio de Janeiro. Seu pai era Félix da Costa Furtado de Mendonça, alferes de ordenanças da Capitania do Rio de Janeiro e sua mãe Ana Josefa Pereira, natural de Sacramento. Após Sacramento ser devolvido á posse da Coroa espanhola, em 1777, sua família instalou-se em Pelotas, no Rio Grande do Sul, onde passou a sua adolescência. Fez os seus primeiros estudos
Recém-formado, foi enviado pela Coroa portuguesa aos Estados Unidos da América e ao México, para onde embarcou em 16 de outubro de 1798, com a tarefa de conhecer a economia desses dois países e as novas técnicas industriais aplicadas pelos norte-americanos. Viveu nos Estados Unidos por dois anos, onde, na Filadélfia veio a ingressar na maçonaria, o que influenciou a sua vida daí em diante.
De volta ao reino, viajou a serviço da Coroa Portuguesa para Londres em 1802, com o objetivo declarado de adquirir obras para a Real Biblioteca e maquinário para a Imprensa Régia. Ocultamente, entretanto, os seus motivos eram o também de estabelecer contatos entre as Lojas Maçônicas Portuguesas e o Grande Oriente em Londres.
Três ou quatro dias após o seu retorno ao reino foi detido por ordem de Diogo Inácio de Pina Manique, sob a acusação de disseminar as idéias maçônicas na Europa. Encaminhado às celas do Tribunal do Santo Ofício, onde permaneceu até 1805, logrou evadir-se para a Espanha sob um disfarce de criado, com o auxílio dos seus irmãos maçons. De lá passou para a Grã-Bretanha, onde se exilou sob a proteção do príncipe Augusto Frederico, duque de Sussex, o sexto filho de Jorge III do Reino Unido e grão-mestre da maçonaria inglesa.
Na Inglaterra, obtêm a nacionalidade inglesa com a ajuda do Duque de Essex, adquirindo ações do Banco da Escócia o que lhe outorgava tal direito de forma imediata. Casou-se em 1817 com Mary Ann Sheley e tiveram 3 filhos obtendo a condição de estrangeiro neutralizado, um estrangeiro residente com alguns direitos políticos. Através do Correio Braziliense ou Armazém Literário, defendeu as idéias liberais, entre as quais as de emancipação colonial, dando ampla cobertura à Revolução liberal do Porto de 1820 e aos acontecimentos de 1821 e de 1822 que conduziriam à Independência do Brasil. Hipólito era simpático ao sistema da Monarquia Parlamentarista aos moldes do modelo político inglês.
*Texto do autor publicado na imprensa de Gurupi em maio de 2008.