Sempre se fala  de um frio sobre as relações entre Marrocos e Mauritânia, mas foi a primeira vez que esta situação chega ao nivel em que o rei decida enviar o primeiro-ministro para uma visita oficial, depois das conversas do rei com o Presidente da Mauritânia para aliviar as tensões causadas as palvras do Secretario do Partido da Independência que considerou as fronteiras da Mauritânia uma extensão de Marrocos.

Neste contexto, o Professor do Direito Internacional da Universidade de Ibn Zahr de Agadir, Reda Al Falah, sublinhou  que as relações marroco-mauritânias são regidas pela lógica "Geo-política",  ligadas primeiramente ao assunto do Saara e aos fatores enraizados históricos e culturais, esclarecendo ainda que esta tensão sem precedente  se refere principalmente à pressão argelina que tentou levar o regime mauritano para tomar uma posição hostil à integridade territorial de Marrocos. 

Em uma declaração à Hespress, jornal eletrônico marroquino, o professor informou que deve chamar a atenção sobre o fracasso da diplomacia marroquina que não antecipou as atitudes e o comportamentos da Mauritânia. Marrocos até então se limitou a comentar sobre as frequentes provocações, mas as declarações do secretário-geral do Partido da Independência revelaram que a diplomacia marroquina precisa  mudar sua abordagem em relação a Mauritânia numa  lógica do compromisso mútuo e do respeito à soberania. 

A imprensa local relatou também que a chamada telefónica do rei de Marrocos para o Presidente da Mauritânia e o despacho do Primeiro-Ministro e do Ministro Delegado dos Negócios Estrangeiros  que se reuniram com, Mohamed Ould Abdel Aziz, Presidente da Mauritânia refletem a vontade de resolver esta crise e restaurar a posição neutra e positiva da Mauritânia. 

Explicando ainda que as relações da Mauritânia e Marrocos não podem se afetar  e  nenhuma coordenação entre a Mauritânia e a Frente Polisário possa existir, porque o custo para a segurança seria muito alto para a Mauritânia em particular, e a região em geral.

Em fim no horizonte do retorno de Marrocos para a União Africana, e a busca do gelo da entidade da Frente  Polisário, o Reino de Marrocos se prepara para  uma batalha diplomática na qual ele precisa de argumentos  de persuasão e de influência, útil para que a Mauritânia percebe o seu prolongamento profundo da estratégica de Marrocos que o liga com os países da África Ocidental, notadamente o Senegal.  E  Marrocos precisa  superar as causas da crise e limitar as ações da pressão argelina sobre  a  vizinha do sul, Mauritânia.

Lahcen EL MOUTAQI

Prof: Pesquisador