Artigo: O caos na Coreia do Norte e a democracia

Roberto Ramalho é jornalista e advogado

A reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”, que está na Coreia do Norte a convite desse país em razão do lançamento de um satélite ao espaço, quando Os EUA e seus aliados Coreia do Sul e Japão afirmam que é o lançamento de um missel balístico, tem encontrado coisas dantescas e muito tristes.

A reportagem tem inicio da seguinte maneira: “Os pés são o principal meio de locomoção em Pyongyang. Multidões ocupam as ruas da cidade todos os dias, caminhando para o trabalho, a escola ou a casa. O sistema de transporte público é precário e a situação é agravada pela escassez de energia. Não há eletricidade para os trólebus nem diesel para os ônibus. As filas nos pontos são intermináveis. Os que conseguem entrar, se espremem como podem. Diante da dificuldade, a maioria prefere caminhar”.

E segue: “Há bicicletas, mas muito menos do que na China. As motocicletas, onipresentes em outros países pobres da Ásia, são raras em Pyongyang, provavelmente pela falta de combustível. A precariedade da infraestrutura é visível em todos os lugares. O trem que levou os jornalistas estrangeiros de Pyongyang ao centro de lançamento de Tongchang-ri demorou cinco horas para percorrer o trajeto de 200 quilômetros, o que dá uma velocidade de 40 km/h. Da janela, a paisagem era desoladora e monótona. Vilas rurais com casas de alvenaria brancas e janelas azuis se sucediam, em um cenário quase desprovido de áreas verdes. Com o fim do inverno, campos estavam sendo arados para o novo plantio, em uma terra pouco fértil. As mais sofisticadas máquinas dos camponeses são tratores que parecem saídos de um desenho dos anos 50. Mesmo assim, são raros. O trabalho é manual ou realizado com a ajuda de bois - e mesmo os animais não são abundantes”.

Isso é a Coreia do Norte, mas, infelizmente, os partidos de esquerda no Brasil não querem ver, e nem tampouco comentar. Como é o caso, principalmente do PC do B que queria há muito tempo implantar um regime desse tipo no Brasil, mas, terminou não conseguindo.

Muitos criticam o golpe militar de 1964, mas não sabem eles que se não tivesse acontecido, hoje provavelmente seríamos um satélite da ex-União Soviética – e todos sabem o que acabou acontecendo nesse país – Cuba, um país sem liberdades e atrasado economicamente, Albânia, um desastre total, e a China, que embora ainda mantenha o Partido Comunista no comando, sobrevive economicamente graças à mudança na sua economia, sendo atualmente a 2ª maior economia do globo terrestre.

O golpe militar era necessário, mas a implantação da ditadura civil-militar, não! E para quem não sabe o presidente Castelo Branco queria que as eleições diretas para o cargo máximo da nação fosse já em 1966, mas, por força das circunstâncias, e da guinada da esquerda para a luta armada, deu no que deu: o endurecimento do regime militar.

Sei que receberei críticas dos esquerdistas, por estar afirmando isso. Mas é história, e contra fatos não há argumentos.

Hoje, vivemos numa democracia e os militares sabem muito bem que essa é a melhor forma de governo que existe até hoje e que não há e nem haverá outra que a substitua. E o recado também se dirige à esquerda.