Artigo – A necessidade dos governos federal, estadual e municipal proporem em conjunto uma campanha nacional para informar sobre o que são drogas e como combater o tráfico. Roberto Ramalho jornalista e advogado.

Em sua obra "Drogas", Editora L&PM, 2012, Leslie Iversen define a palavra "droga" como uma substância química tomada de forma deliberada para obter efeitos desejados. Algumas drogas são usadas do ponto de vista médico para tratar doenças, enquanto outras são tomadas devido a seus efeitos prazerosos. Ambos os usos têm origens antigas.

Segundo ele, os primeiros humanos eram caçadores-coletores; tinham que aprender quais dentre as diversas plantas em seu ambiente eram boas para comer e quais eram venenosas. Por tentativa e erro, eles também acumularam gradualmente conhecimento sobre quais plantas ou outros materiais naturais podiam ajudar a aliviar a dor ou tratar os sintomas de doenças. Porém, o consumo de plantas medicinais não é restrito a humanos. Estudos sobre o comportamento de chimpanzés revelaram que animais doentes às vezes selecionam plantas que normalmente não fazem parte de sua dieta pelos efeitos antiparasitários.

O que pode ser considerado droga? O governo federal, por meio de seu Ministério da saúde e os estados e municípios por meio se suas secretarias de saúde têm a obrigação de explicar e prestar algumas informações, desde a classificação das substâncias entorpecentes até a organização de uma boca de fumo, dos efeitos físicos no usuário à sua relação econômica com a corrupção e o crime organizado, e, sobretudo, os riscos e efeitos colaterais de todos os tipos de drogas. 

Os governos poderiam iniciar uma campanha fazendo as seguintes indagações: Tabaco e álcool são drogas? O que são drogas lícitas e ilícitas? A maconha deve ser proibida ou não? O que é pior, cigarro, que é liberado ou maconha? Além disso, deve, também, dizer o que é o mito do prazer e o risco da dependência: quais são os efeitos das drogas? Afinal, droga mata?

O uso de drogas é um dos assuntos mais polêmicos de nossos dias. Daí a necessidade de levar informações fundamentais que permitem a discussão e a reflexão na família, na escola e na sociedade civil.

Segundo a secretaria de Políticas Sociais de Belo Horizonte, além de problemas em família, o envolvimento com drogas também leva pessoas às ruas. Para os usuários os dependentes químicos, há um trabalho diferenciado de acolhimento.

Em relação ao Crack, uma avaliação médica deve se constituir no primeiro passo do resgate de usuários', segundo entendimento do especialista e Chefe do Setor de Dependência Química da Santa Casa do Rio de Janeiro, a psiquiatra Analice Gigliotti. Ela defende avaliação médica antes, mas afirma que a internação compulsória é necessária em alguns casos.

A administração do prefeito de São Paulo, João Doria tem feito o possível para combater o tráfico do município de São Paulo.

O Secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, Julio Semeghini, diz que o regresso de usuários a antiga Cracolândia, na Rua Helvetia, é por causa do combate ao tráfico de drogas. Ele afirmou que a Prefeitura irá continuar o combatendo a montagem de barracas para não permitir a atuação de traficantes. Apesar das críticas, ele alegou que Projeto Redenção está mostrando ótimos resultados. De acordo com secretário, cerca de 500 pessoas estão internadas e se tratando.

Homem ou mulher está na Cracolândia? Problema não é exatamente da sociedade e nem nosso. Pessoas que estão usando drogas não mediram as conseqüências. Agora para sair do vício é que é o problema.  A sociedade não pode pagar pelas escolhas erradas dessas pessoas. Ninguém as obrigou e nem tampouco enfiou uma arma na cara de ninguém e forçou a usar drogas. Nosso papel é o de cuidar para que em nossa família não apareça alguém que venha a consumir drogas. Educo e transmito valores éticos e morais. Infelizmente não posso cuidar do filho dos outros! Cabe a União, estados e municípios combater o tráfico de drogas e evitar que pessoas venham a consumi-las.

A questão da ressocialização dos que estão presos por terem praticados crimes e serem dependentes químicos, sobretudo Crack, passa, necessariamente, pela necessidade da elaboração e aplicação de políticas públicas, e a União, estados e municípios pouco tem realizado. A prova disso é que segundo estimativas do governo federal praticamente o consumo de drogas ilícitas já alcançou praticamente todo o Brasil.

Nesse sentido, pouco tem sido feito, particularmente por entidades que tentam recuperar os dependentes químicos e fazerem compreender que o caminho das drogas não leva a lugar nenhum, e de forma isolada de órgãos governamentais.