Disciplina: Psicanálise na Educação

Equipe: Claudineide da Silva Pessoa

                     Fabiana Patrícia Bento Ferreira

     Gildásio Rodrigues Teixeira

        Jalisson do Nascimento

                                         Lúcia Maria Teixeira Cassimiro dos Santos.

              Mariza de Fátima Vieira da Silva

Trabalho apresentado como requisito parcial, para obtenção de titulo de Mestre no programa de Pós-Graduação em 11/12/2014, sob a orientação do Professor Mestre Antonio Carlos Borges Martins.

João Pessoa

2014

Curso   Mestrado – Formação Educacional, Interdisciplinaridade e Subjetividade.

Componente Curricular - Psicanálise na Educação

Orientador do Componente - Antonio Carlos Borges Martins

Grau

Mestre

Local da orientação presencial

João Pessoa

Data

11/10/2014

 Equipe: Claudineide da Silva Pessoa

                Gildásio Rodrigues Teixeira

                Jalisson do Nascimento

                 Lúcia Maria Teixeira Cassimiro dos Santos.

 Mariza de Fátima Vieira da Silva

            

Matricula

Turma 06

Analise critica do TEXTO: MEMÓRIA APRENDIZAGEM: Uma perspectiva sócio-histórica

O presente trabalho tem como objetivo, analisar criticamente o texto: MEMÓRIA APRENDIZAGEM: Uma perspectiva sócio-histórica, que reporta as metodologias de ensino aprendizagem utilizadas por educadores e educadoras . A princípio nos deparamos com uma proposta de processo educacional um tanto ousada e desagradável, qual seja a utilização do método intuitivo para ser trabalhado com crianças de camadas populares. Esse método despreza consideravelmente o conhecimento herdado pela criança e passa a memorização permanente de praticas decorebas sem nenhum sentido para o aluno. Mais adiante nos defrontamos com a proposta de Vygstsky, que orienta o método de zona de Desenvolvimento Proximal, que parece muito mais adequado na sua acepção de conhecimento. Uma proposta que leva em conta não só o conhecimento já adquirido pelo aluno, mas também a Intersubjetividade das relações pessoais como forma de inter-relacionamento  do conhecimento.

Avaliação do orientador

Data:               /                    /2013

Conceito

Visto do orientador

Analise critica do texto: MEMÓRIA E APRENDIZAGEM: Uma perspectiva sócio-histórica

O texto trata das adequações dos processos escolares as necessidades infantis. Numa dimensão em que diversos segmentos da sociedade moderna, tem manifestado interesse a cerca da questão, especialmente quando se trata da alfabetização de crianças oriundas de camadas populares, aquelas que necessariamente possuem pouca influência de aprendizagem no âmbito familiar.

Neste sentido, uma ampla discussão acerca da temática, foi implementada como proposta de que a escola exerce papel imprescindível na dinamização de efetivar mudanças reformuladora de costumes, disciplinando os corpos na transmissão de saberes.

Nesta proposta metodológica discutida, insere-se o sentido valorativo em questão, a aplicação premente em torno do método intuitivo no ensino aprendizagem, desta forma, acreditava-se claramente numa mudança de sentido no campo da educação para os sujeitos envolvidos no processo educacional.

Esse método educacional ganhou forma de discussão especialmente, nos Estados Unidos e Europa, no entanto, profissionais comprometidos com a educação e transmissão do saber, posicionam-se criticamente a essa forma de articulação do conhecimento, considerando que essa proposta metodológica está centrada apenas na aprendizagem de processos mnemônicos, ou seja, na valoração intrínseca da memória visual.

Privilegiar o processo de ensino aprendizagem no método intuitivo é de certa forma, promover uma caracterização da aprendizagem centrada no suporte da visão, desprezando assim, o processo de construção do conhecimento nas atenções socioculturais que se assentam também sobre a audição.

Para os defensores de uma escola moderna, produzir a representação da escola implica a necessidade de ver, ensinar a ver e educar o olhar, assim também defende o método intuitivo.

Deste modo, em se destacar o método intuitivo, estamos nos dispondo à utilização de determinados aparelhos tecnológicos que dispensam a inteligência do sujeito, priorizando a memória dos aparelhos que promovem o processo visual. A inteligência humana é um fator inerente ao homem, e, portanto, jamais será substituída por recursos tecnológicos por mais que pareçam avançados e propícios na execução de determinadas atividades.   

Para Vigotski, a linguagem emerge ente fala e ação, no instante em que as duas se encontram, desta forma, a visão é um complemento dos sentidos no processo ensino aprendizagem, assim devemos considerar que,

Uma vez que as crianças aprendem a usar efetivamente a função planejadora de sua linguagem, o seu campo psicológico muda radicalmente. Uma visão do futuro é, agora, parte integrante de suas abordagens ao ambiente imediato (...) Assim, com a ajuda da fala, as crianças adquirem a capacidade de ser tanto sujeito como objeto de seu próprio comportamento. (1984, pp. 29-31).

Neste sentido, podemos compreender que linguagem e visão, estão intimamente ligadas numa dimensão de aprendizagem permanente. Ambos os sentidos aguçam a possibilidade do sujeito moldar seu comportamento diante da aprendizagem de novos conhecimentos.

Para Frago (1993), a aprendizagem da criança ocorre, desde a cultura oral, através do processo mnemônico, ou seja, a memorização através da repetição. Nós, no entanto, não concordamos com esse processo, essa forma metodológica de desenvolver ações em sala de aula, promove uma adequação de acomodamento deixando de estimular o talento que cada indivíduo possui na sua forma de expressar.

Já no pensamento descrito por Vygotski, a criança em suas fases de desenvolvimento, percorre caminhos diversos entrelaçando a fala e ações verbais que necessitam o apoio e acompanhamento de outras pessoas, esse processo de desenvolvimento, está intimamente ligado a história individual e social do individuo.

O texto refere-se às crianças das camadas populares, como se elas fossem sujeito sem cultura, um papel em branco que a escola vai trabalhar e dimensionar seu caráter, moldando-as ao interesse da sociedade capitalista, que no mais das vezes necessita apenas de decorar os conteúdos trabalhados, aqueles que deverão prepará-las para o mercado de trabalhos e convivência pacífica na sociedade.

Esse pensamento de memorização do conhecimento, tem se tornado ultrapassado, a escola do presente deverá exercer uma função muito mais ampla, voltada para as camadas populares, é natural que se aproxime dos processos histórico cultural em que a criança está inserida, valorizarem a linguagem oral, dando ênfase ao que denomina Vygstsky, zona de desenvolvimento proximal. Uma escola que na sua integridade, faça sentido para o aluno, atenda de maneira mais próxima possível aos anseios e interesses do educando.

Segundo Vygstsky (1979), “não se pode ensinar as crianças através de explicações artificiais, por memorização compulsiva e repetição apenas”. A criança necessita de uma aprendizagem com sentido, adquirir novos conceitos e palavras estimulando seu pensamento para a produção de novos conhecimentos que não se tornem limitados.

Nesta perspectiva de aplicação metodológica, a pessoa do profissional habilitado para caminhar com a criança, se faz necessária e fundamental, ainda assim, a interação da criança com adultos e outras crianças, possibilita um desenvolvimento cada vez mais propicio ao enriquecimento do ensino aprendizagem.

A utilização da zona de desenvolvimento proximal, proposta por Vygstsky, naturaliza a aprendizagem porque proporciona uma interação social ao meio, possibilitando o compartilhamento de ações entre os sujeitos na dimensão de uma relação amigável na produção do conhecimento.

Não podemos rotular a criança como, “bons” ou “maus” alunos, essa designação está longe do conhecimento desenvolvido pelo educando em sala de aula, ao comparar relacionalmente os alunos, corremos o risco de excluí-los do meio em que estão inseridos, antes mesmo de avaliar o comportamento do aluno, devemos propor um trabalho que esteja relacionado à sua história de vida, deste modo, podemos conhecer de perto o registro de vida pessoal de cada criança, e assim compreender melhor a metodologia a ser aplicada em sala de aula.

Somos bombardeados diariamente com as dificuldades que o processo educacional nos traz na prática profissional, ouvimos na maioria das vezes colegas de profissão, tacharem os alunos de indisciplinados, dispersos e “maus alunos”, aqueles que não querem absolutamente nada, mas será que o aluno não quer nada mesmo, ou será que estamos fazendo do processo ensino aprendizagem uma decoreba de saberes?

É o momento para uma reflexão, o texto em análise, destaca a possibilidade de aplicação do conhecimento de maneira tradicional, memorização de palavras e ou textos que limitam o conhecimento sem a interação social, urge a necessidade de nos dispormos a planejar de forma adequada para o entendimento de uma aprendizagem em zonas de desenvolvimento proximal, de maneira que possibilite a criança a usar, provar e manipular a linguagem atribuindo sentido a tudo que se aprende em sala de aula e no convívio social.

Na pesquisa realizada por Gomes (1995), as possibilidades de entendimento do mundo de cada criança para o seu desenvolvimento pessoal e social, deixam evidentes quando se trabalha o conhecimento aliado ao processo histórico cultural do educando, os resultados de aprendizagem são muito melhores, sem dúvida são os melhores possíveis.

Desta forma, defrontamo-nos com uma concepção de que os conteúdos que são trabalhados para o educando que faça sentido a sua vida, ou seja, haja uma correlação com sua situação pessoal, acontece uma percepção de recordação espontânea sem a necessidade de esforços deliberada.

Defendemos a idéia de que, a história de vida de cada educando faça parte do processo de conhecimento do ensino aprendizagem do próprio aluno.  Assim sendo, o processo de construção do conhecimento ganha forma e espaço na vida de cada cidadão. Os valores éticos são mais bem trabalhados e assimilados, porque cada sujeito se percebe no processo de construção do conhecimento.

Educadores e educadoras tem uma missão bastante comprometedora na vida de cada criança. No cotidiano escolar, profissionais da educação assumem papel fundamental na execução da proposta metodológica indicada pela instituição de ensino. Situações educativas devem ser implementadas  para que as crianças consigam construir ininterruptamente o processo de ensino aprendizagem através da Zona de Desenvolvimento Proximal, proposta por Vygstsky.  

A escola deverá considerar todos os sinais que possibilite a criança o desenvolvimento educacional com sentido a sua aprendizagem. Não podemos podar as oportunidades que o educando apresenta na condição de aprendiz. Quando a criança adentra os espaços internos da escola, esta traz consigo uma bagagem de conhecimento que necessita ser explorado. Nesta atividade diária, o professor exerce a função mediadora do conhecimento, aprimorando com os sujeitos educacionais o ensino aprendizagem.

REFERÊNCIAS

Presença Pedagógica. V. 3. N. 15. Maio/Junho. 1997. Dimensões. BH/MG.

Vigotski, L.S. A formação social da Mente. São Paulo: Martins Fontes. [Tradução de “Mind in Society” (1978), The President and Fellows of Harvard College], 1984. [Original de 1930].