AMOR INCONDICIONAL

Por Isabel C. S. Vargas | 15/02/2010 | Crônicas

            Quando solteira tive em casa dois gatos. Foi o máximo que consegui.Apeguei-me a eles e lembro-me de chorar, quando um caiu de uma altura considerável e não conseguia caminhar.

            Nossos filhos sempre nos pediam com a maior insistência, para ter cães em casa. Obviamente, não podíamos atendê-los, pois quatro filhos e cães em apartamento, com ambos trabalhando era algo impossível de manter.

            O máximo que conseguimos, para atenuar a frustração deles, foi ter pássaros e peixes. Para sorte deles, no verão, na casa de praia, sempre aparecia algum cão, que por ser bem tratado, alimentado acabava ficando durante o tempo que lá permanecíamos. Por duas vezes, gatas deram cria em nossa garagem, para felicidade deles, que depois se encarregavam dos filhotes, seu cuidado e sua distribuição.

            Mas, o tempo passou, eles cresceram, nós nos aposentamos e por inúmeros motivos, resolvemos comprar um poodle para nossa neta, achando que iria ser bom, por uma série de circunstâncias.

            Não podia imaginar, passado um ano, que ele iria nos ensinar tantas coisas. Dá trabalho e gastos, é claro. Banho, vacina, tosa veterinário, até radiografia, por ocasião das peripécias que aprontou, mas, ele, o irracional, nos dá demonstração diária de alegria, companheirismo, carinho, apego, fidelidade, cuidado e amor incrível.

            Ele reconhece cada membro da família, mesmo os que não moram no mesmo local e cada um que chega,é uma festa. Ele deixa o que está fazendo para ir recebe-los, assim como a nós, quando chegamos em casa.Demonstra toda sua  alegria, pelo retorno. Embora pequeno, serve como um grande cão de guarda, dando sinal a cada movimento diferente do habitual.

            É obediente, companheiro, estando sempre ao nosso lado, quer ganhe um afago um carinho ou não.

            Se estamos tristes e não queremos brincadeiras, ele igualmente permanece quieto, ao nosso lado, como quem diz:- Estou aqui. Neste exato momento, parece que sabe que estou escrevendo a seu respeito, pois saltou de meus pés, para o meu colo.

            Se apronta qualquer coisa e ralhamos com ele, baixa a cabeça, fica quieto e sem rancor ou raiva, logo vem pedir carinho.

            Vi há poucos meses uma propaganda que ressaltava as qualidades do cão, dizendo que nós , os humanos, racionais, tínhamos muito a prender com eles.

            É verdade, principalmente o seu amor incondicional e o que é mais importante, sem cobranças.