ÁFRICA:  PROBLEMAS  E  PERSPECTIVAS  DE  SOLUÇÃO 

“O  Continente  Africano  é  o  pulmão  espiritual  do  mundo,  mas  é  preciso  inovar  para  enfrentar  os  problemas  do  Continente”,  diz  o  Papa  Bento  XVI  no  dia  18  de  Novembro  de  2011,  no  seu  avião  rumo  à  República  do  Benin,  durante  a  sua  segunda  viagem  aquele  país  e  África.  O  Pontifício  admitiu  que  existia  “grandes  problemas  e  dificuldades”  em  toda  região  do  Continente  Africano,  como  “em  todo  mundo”,  mas  que  no  caso  africano  há  “um  humanismo  fresco”  e  este  representa  “uma  reserva  de  vida  e  de  vitalidade  para  o  futuro”.  O  Papa  acrescenta  ainda,  que  não  bastam  as  “boas  intenções”  para  superar  os  desafios  contemporâneos,  mas  é  preciso  ser  “ousado,  seguir  outros  caminhos,  dar  e  receber”,  e  que  o  processo  e  o  progresso  rápido  dos  últimos  50  a  60  anos,  que  gerou  a  independência  da  África  após  o  colonialismo,  também  trouxe  consigo  “muitas  dificuldades”. 

Talvez  tudo  isto  seja  uma  critica  indireta  aos  lideres  mundiais,  inclusive  lideres  africanos  contemporâneos,  que  nunca  deixaram  claras  quais  são  suas  verdadeiras  intenções  para  com  o  povo  da  África,  e  nem  se  quer  se  dedica  o  tempo  e  esforço  em  busca  de  uma  solução  permanente  para  os  múltiplos  problemas  do  Continente.  No  fundo  é  como  um  “jogo  de  ping  pong”  entre  os  lideres  africanos  e  os  países  industrializados  onde  ninguém  perde,  numa  armação  pré-estabelecida,  sendo  que  o  povo  da  África  representa  a  bolinha  branca,  e  ambos  os  jogadores  saiam  ganhando  e  levando  o  valioso  premio  em  forma  dos  “recursos  naturais”,  as  pedras  preciosas,  o  gás  natural,  o  petróleo,  entre  outros  recursos  do  subsolo  Africano. 

Tentamos  aqui  chamar  a  tensão  das  pessoas  do  bem  e  leitores  em  geral  para  o  fenômeno  da  exploração  do  Continente,  pelos  poderosos  da  economia  mundial  em  conivência  com  líderes  Africanos  que  tem  nas  veias  o  sangue  da  corrupção,  na  ignorância  ou  na  ganância  para  desviar  atenção  das  criticas  de  Organizações  Mundiais,  ONGs,  inclusive  do  Papa  Bento  XVI,  entre  outros. 

A  necessidade  de  inovação  na  realidade  espiritual  do  continente  africano  precisa  ser  abordada  nas  discussões  globais  sobre  o  processo  de  desenvolvimento  socioeconômico  do  Continente,  embora  qualquer  discussão  sobre  a  religião  tradicional  africana  possa  reacender  uma  antiga  polêmica,  este  é  o  momento  de  reavaliar  o  papel  da  religião,  seja  ela  a  religião  tradicional,  o  cristianismo,  o  catolicismo  ou  islamismo,  em  todo  Continente  Africano.  É  bom  entender  que  polêmica  nem  sempre  é  sinônimo  de  brigas  ou  discórdia  hostil,  mas  sim  algo  necessário  para  o  avanço  do  conhecimento  nos  campos  da  discussão  na  política,  na  arte,  na  literatura,  e  até  mesmo,  na  própria  religião,  tudo  em  favor  do  desenvolvimento  socioeconômico  do  Continente. 

Nos  africanos,  inclusive  o  povo  nas  diásporas,  sabemos  que  cristãos  e  membros  de  outras  religiões  de  nações  africanas  costumam  recorrer  e  continuam  a  recorrer  cada  vez  mais  à  magia  negra  (bruxaria  e  feitiçaria),  aos  deuses  orixás,  e  aos  espíritos  de  seus  ancestrais.  Não  é  incomum  a  revelação  na  África  e  nas  diásporas  de  que  pastores,  das  mais  variadas  igrejas  evangélicas,  procuram  em  milhares  “ajuda  espiritual”  junto  aos  renomados  bruxos  e  bruxas  africanas.  Mas  como  conciliar  este  fenômeno  com  os  ensinamentos  do  Velho  e  Novo  Testamento,  quando  a  bruxaria  e  feitiçaria  são  associadas  a  coisas  do  Demônio. 

Em  alguns  países  da  África  como  a  República  do  Benin,  Gana,  Nigéria,  África  do  Sul,  Congo  e  Zâmbia,  entre  outros,  bruxos  de  renomes  nacionais  coordenam  hoje  em  dia,  verdadeiros  impérios  religiosos,  formados  por  redes  de  templos  e  escolas  de  feiticeiros,  além  de  possuírem  propriedades,  carros  de  última  geração,  fazendas  para  criação  de  gados,  etc... 

Nana  Kwaku,  de  Gana,  é  um  dos  poucos  que  veio  abertamente  a  falar  de  si  como  bruxo,  e  autoqualifica  como  o  maior  bruxo  do  mundo,  viajando  por  toda  parte  do  planeta  (da  África,  Europa  aos  Estados  Unidos)  onde  há  imigrantes  do  seu  país  para  demonstrar  seus  poderes  de  bruxaria  e  feitiçaria.  Nana  Kwaku  Bonsam  afirma  ser  capaz  de  resolver  qualquer  tipo  de  problema,  desde  maldições  a  graves  problemas  de  saúde.  Desde  1992,  “Bonsam”,  apelido  que  significa  o  Diabo,  dedica-se  para  modernizar  a  religião  tradicional,  opondo-se  num  desafio  aos  pastores  e  missionários  cristãos,  na  frente  de  uma  verdadeira  guerra  espiritual  em  Gana.  Em  toda  África,  há  uma  acusação  mútua  entre  pastores  (especialmente  os  de  igrejas  pentecostais)  e  aqueles  que  praticam  rituais  tradicionais,  sendo  essas  praticas  classificadas  como  feitiçaria  e  adoração  ao  Satanás  pelos  Pastores.  O  bruxo  Nana  Kwaku  declara  abertamente  ter  ajudado  mais  de  1700  pastores,  vindos  ao  seu  santuário  em  Gana  de  toda  parte  da  África,  em  busca  de  poderes  sobrenaturais. 

Na  maior  parte  dos  países  africanos,  60%  da  população  se  disse  cristãos,  25%  mulçumanos,  e  10%  adeptos  da  religião  tradicional,  ao  passo  que  mais  ou  menos  5%  se  consideram  ateus.  Mas  de  acordo  com  a  opinião  de  teólogos,  é  evidente  que  as  estatísticas  não  correspondem  à  realidade  daquilo  que  realmente  acontece.  A  maioria  dos  crentes  ou  cristãos  não  tem  coragem  de  afirmar  seus  envolvimentos  nos  rituais  tradicionais,  ou  seja,  adoração  aos  deuses  dos  ancestrais;  ao  passo  que  a  totalidade  dos  mulçumanos  se  envolve  abertamente  em  magias,  talismãs,  bruxarias  e  feitiçarias,  no  seu  dia  a  dia.  Na  Nigéria,  Gana,  Togo,  e  Benin,  como  também  em  outros  países  do  Continente,  os  feiticeiros  acreditam  estar  fazendo  mais  para  ajudar  o  povo  do  que  os  pastores  que  se  tornaram  homens  ricos,  dirigindo  carros  importados,  enquanto  seus  rebanhos  (crentes)  passam  fome. 

Alguns  pastores  tem  o  desejo  de  serem  adorados  pelos  membros  de  suas  igrejas,  uma  verdadeira  heresia.  Será  que  estes  pastores  esqueceram  o  verso  bíblico  que  disse:  “Vai-te,  Satanás,  porque  está  escrito:  Ao  Senhor  teu  Deus  adorarás,  e  só  a  ele  servirás”,  palavras  de  Jesus  em  Mateus  4:  10. 

Aconteceu  em  Gana  um  episodia  que  está  vivo  na  mente  de  todos  até  hoje,  quando  o  feiticeiro,  Nana  Kwaku  Bonsam  (o  Diabo),  no  dia  2  de  Abril  de  2008,  convocou  a  polícia  junto  com  a  imprensa,  e  invadiu  a  igreja  do  Pastor  Collins  Agyei  Yeboah,  que  se  omitiu  de  pagar  pelo  serviço  tratado  com  ele,  Bonsam,  foi  envergonhado  e  constrangido  diante  dos  fiéis  para  devolver  o  ídolo,  dentro  da  igreja  pentecostal  da  cidade  de  Kato.  O  Pastor  Yeboah  diz  que  não  pagou  porque  nunca  recebeu  os  poderes  prometidos  pelo  feiticeiro,  mas  acabou  devolvendo  o  ídolo  durante  o  culto  de  domingo  diante  da  congregação,  e  tudo  foi  filmado  ao  vivo.  Curiosamente,  com  este  episódio,  a  popularidade  de  Bonsam  “explodiu”,  e  ele  passou  a  ser  procurado  constantemente  por  pastores,  empresários  e  políticos  de  Gana  e  de  países  vizinhos,  sempre  na  anonimidade.  A  multidão  que  visita  o  seu  santuário,  que  tem  18  salas,  paga  uma  “oferta  de  gratidão”  equivalente  a  cinco  dólares,  mais  os  custos  do  “ritual”;  e  sacrifícios  de  animais  feitos  ali,  com  direitos  a  “porções”  preparadas  e  distribuídas,  supostamente  para  ajudar  as  pessoas  no  que  desejam  realizar  na  vida,  tudo  para  os  que  acreditam  no  poder  da  feitiçaria  e  magia  negra,  “mentes  fracas”. 

PERSPECTIVAS  MACROECONÔMICAS  SOBRE  ÁFRICA

A  preocupação  geral  dos  analistas  socioeconômicos  em  relação  aos  avanços  e  previsões  das  projeções  para  o  desenvolvimento  macroeconômico  de  cada  país  no  Continente  Africana,  e  de  como  as  condições  de  procura  e  da  oferta  poderiam  afetar  o  crescimento  da  economia.  Além  disso,  a  trajetória  dos  preços  de  matérias-primas  e  o  papel  inflacionário,  e  como  as  políticas  monetária  e  orçamental  respondem  aos  desafios  enfrentados  pelos  países.  As  perspectivas  de  crescimento  nunca  foram  desanimadoras  para  o  continente  africano,  porque  temos  uma  base  de  crescimento  relativamente  ampla,  impulsionada  pela  produção  de  petróleo  e  gás,  minérios  e  produtos  agrícolas,  serviços  e  procura  interna,  que  por  sua  vez  aliviam  os  efeitos  adversos  da  turbulência  global.  Então  percebe  se  que  a  economia  africana  demonstra  uma  capacidade  enorme  de  elasticidade  continua  diante  da  turbulência  e  instabilidade  econômica  global.

Os  países  africanos  “ricos”  em  recursos  naturais  tem  se  beneficiado  dos  preços  relativamente  elevados  das  matérias-primas  e  as  boas  colheitas  tem  dinamizado  a  produção  agrícola,  embora  os  preços  sofram  redução  frequentes  devido  ao  abrandamento  da  procura  global.  Mas  até  que  ponto  as  boas  colheitas  chegam  a  dinamizar  a  produção  agrícola  e  proporcionar  uma  ajuda  na  mitigação  dos  efeitos  adversos  dos  altos  preços  internacionais  de  alimentos  ao  consumidor  final.  Na  certeza,  as  perspectivas  não  são  isentas  de  riscos,  devido  à  fragilidade  do  ambiente  internacional  e  a  persistência  de  alguns  problemas  específicos  em  relação  aos  países  africanos.

Alguns  anos  após  a  revolução  dos  países  árabes  do  Norte  da  África  (a  Primavera  Árabe),  que  trouxe  tensões  políticas  e  sociais  que  ainda  persistem  até  hoje  na  Líbia,  Egito  e  na  Tunísia,  apesar  da  retomada  gradual  da  produção  no  Egito,  na  Tunísia,  e  na  Líbia,  a  produção  petrolífera  ainda  está  longe  de  chegar  aos  níveis  anteriores  à  revolução.  Além  disso,  o  nível  de  desemprego  continua  muito  elevado  e  a  transição  política  na  região  é  lenta  e  problemática.  As  revoluções  árabes  tiveram  efeitos  drásticos  sobre  a  economia  dos  países  do  Norte  da  África,  como  também  afetaram  indiretamente  os  países  da  África  Sub-Sahara,  inclusive  o  crescimento  da  África  do  Sul  pelo  abrandamento  econômico  global.  Conclusão,  a  fraqueza  do  ambiente  internacional  afetou  as  economias  africanas  apesar  das  expectativas  de  se  manter  favoráveis  ao  curto  prazo.  (Fonte:  Departamento  de  Estatística,  do  Banco  Africano  de  Desenvolvimento) 

ALGUNS  ASPECTOS  DOS  PROBLEMAS  AFRICANOS

Enumeramos  abaixo  alguns  dos  Aspectos  Naturais,  Econômicos  e  Sociais  dos  Problemas  Africanas:

  1. África  -  Espaço  natural  –  Grande  diversidade  econômica,  religiosa,  cultural,  étnica  e  natural.  O  Continente  abrange  todos  os  hemisférios  –  A  maior  parte  está  na  zona  tropical  –  Predomínio  de  planaltos  antigos  –  Maiores  jazidas  de  minerais  metálicos  do  planeta  –  Rift  Valley  –  Rio  Niger,  Nilo  e  Congo.
  2. Clima  e  vegetação  –  Região  central  (próximo  à  linha  do  Equador): 

-  clima  equatorial  e  floresta  equatorial  –  Regiões  afastadas  da  região  central

-  clima  tropical  e  savana  –  climas  áridos  e  semiáridos  –  nos  desertos  do  Sahara,  do  Kalahari  e  da  Namíbia.

  1. Regionalização  da  África  –  Critério  de  localização  geográfica

-  África  do  Norte,  Ocidental,  Oriental,  Central  e  Meridional

-  Critério  étnico  e  cultural

-  África  Branca  (do  Norte)  e  África  Negra  (Subsaariana)

-  África  Branca  e  África  Negra  Árabe

-  Diversidade  étnica  de  maioria  negra.

-  Islamismo,  Animismo,  Cristianismo,  Judaísmo,  etc. 

  1. Espaço  econômico  e  social 

-  Grande  presença  populacional  na  zona  rural

-  Agropecuária  e  o  extrativismo  (mineral  e  vegetal) 

-  Todos  os  países  africanos,  com  exceção  da  África  do  Sul,  Argélia,  Egito,

Tunísia,  e  Marrocos,  concentra  se  na  maior  parte  da  População  Economicamente  Ativa  (PEA),  de  atividades  primárias 

-  Economia  dos  países  depende  das  grandes  potências  mundiais 

-  Maior  parte  da  população  é  voltada  para  o  mercado  externo.

Exemplo:  Plantação  (monocultura  em  terras  férteis  e  grande  número  de  trabalhadores  com  baixos  salários). 

  1. Agropecuária:

-  Agricultura  de  subsistência:  em  solos  mais  pobres,  com  técnicas  rudimentares  e  baixa  produtividade,

-  necessidade  de  importação  de  alimentos

-  difundida  (sem  linha  de  produção  máxima)  na  África  islâmica

-  Áreas  áridas  e  semiáridas

-  Áreas  áridas  e  semiáridas:  margens  dos  rios  ou  utilizando  técnicas  modernas  de  irrigação  e  adubação  do  solo

-  áreas  tropicais  com  alta  pluviosidade,  culturas  tropicais,  café,  amendoim,  cacau,  banana,  abacaxi,  etc. 

-  África  Subsaariana,  grandes  exportadores  e  produtores  mundiais.

  1. Agropecuária,  Monocultura:  ataca  as  áreas  de  agricultura  de  subsistência  e  desgasta  o  solo,  podendo  causar  a  desertificação.

Pecuária:  pouco  praticada  devido  às  dificuldades  naturais

Destaque:  ovinos  e  caprinos

  1. Mineração,  Maiores  reservas  de  metais  preciosos  do  mundo,  -  50%  da  produção  mundial  de  diamantes  e  maior  concentração  mundial  de  ouro,  atração  europeia  (industrialização),  -Neocolonização,

-  Hoje:  exploração  de  multinacionais 

-Petróleo  e  gás  natural:  Líbia  e  Argélia,  Nigéria  e  Angola  (maior  produtor  de  petróleo),

-  República  do  Congo,  Angola  e  Egito  –  trocas  comerciais  com  China  e  a  Índia

-  “Diamantes  de  sangue”,  obtidos  em  zonas  de  guerra,  através  do  trabalho  escravo  ou  por  ameaça,  e  vendidos  ilegalmente  a  países  desenvolvidos.

  1. Mineração
  2. Rede  de  transporte,  Liga  as  áreas  produtoras  aos  portos,  exportação;  Rodovias  e  ferrovias;  Não  integra  os  países  africanos.
  3. Industrialização  e  urbanização

-  Nível  de  industrialização  baixíssimo; 

-  Industrialização  ligadas  ao  beneficiamento  de  produtos  agrícolas  e  ao  setor  da  mineração; 

-  Mais  industrializados:  África  do  Sul,  Argélia  e  Egito

-  Atraso  tecnológico,  dependência  dos  países  ricos, 

-  Importação  de  bens  de  produção  e  bens  de  consumo.

-  África  do  Sul:  mais  de  50%  da  produção  industrial  africana;  maior  parque  industrial  do  continente;  setores  automobilísticos,  siderúrgico,  químico  e  alimentício,  maioria  transacional. 

  1. Industrialização  e  urbanização, 

-  Centros  urbanos:  funções  administrativas  baseada  na  atividade  comercial  ligada  ao  setor  informal,

-  Infraestrutura  carente.

-  Problemas  com  energia  e  água

-  Poucos  tem  acesso  ao  sistema  de  telefonia,  redes  de  esgoto  e  coleta  de  lixo.

-  Grande  êxodo  rural,  bolsões  de  misérias  nos  centros  urbanos.

-  Elevadas  taxas  de  lixo  urbanização,

-  Países  mais  desenvolvidos  industrialmente  são:  África  do  Sul,  Argélia, 

  Egito  e  Marrocos.

  1. Problemas  socioeconômicos  da  África,  Fome,  Corrupção,  Altas  dividas  externas;

-  Desvio  de  verbas  públicas,  esvaziamento  dos  cofres,  falta  de  investimento  na  saúde,  educação  e  alimentação; 

-  Altas  taxas  de  natalidade  e  mortalidade;

-  Expectativa  de  vida:  49  anos;

-  Analfabetismo  –  desqualificação  profissional; 

-  Epidemia  da  AIDS,  Ebola,  entre  outras  doenças;

-  Guerras  civis. 

GRAVIDADE  DA  SITUAÇÃO  ECONÔMICA: 

CRISES  E  ATRASO  DE  AJUDA  AO  DESENVOLVIMENTO

A  falta  de  alimentos  e  desvalorização  de  matérias  primas  tem  afetado  drasticamente  o  Continente  Africano,  pois  os  países  industrializados  na  maioria  prometem  ajuda,  mas  deixam  de  cumprir  ou  comprem  com  atraso. 

  Alimentos  se  tornaram  impagáveis  na  África

Os  países  do  Grupo  dos  Oito  só  liberaram  um  terço  da  ajuda  suplementar  ao  desenvolvimento  concedido  à  África.  De  acordo  com  relatórios  pelas  organizações  DATA  (Debt,  AIDS,  Trade  in  Africa),  apresentado  em  Berlim  e  Londres,  os  países  industrializados  só  pagaram  7  bilhões  dos  21.5  bilhões  de  dólares  extra  prometido  ao  Continente  até  2010  durante  a  cúpula  realizada  em  2005  em  Gleneagles,  na  Escócia. 

A  França  e  Itália  deviam  mais  de  oitenta  por  cento  do  atraso  nos  pagamentos.  A  Alemanha  pagou  31%  da  quantia  prometida.  A  então  ministra  de  desenvolvimento  Alemã,  Heidemarie  Wieczorek-Zeul,  garantiu  que  o  seu  país,  conforme  prometido,  destinaria  à  ajuda  ao  desenvolvimento  0,51%  do  PIB  alemão  até  2010,  e  aumentaria  para  0,7%  do  seu  PIB  em  2015.  Alguns  países  superaram  o  pagamento  do  compromisso  firmado  em  Gleneagles,  o  Japão  pagou  150%  e  Canadá  206%.  Os  países  do  G8  prometeram  elevar  ajuda  em  50  bilhões  de  dólares  ao  ano,  sendo  que  a  metade  desta  suma  seria  concedida  à  África. 

A  GRAVIDADE  DA  MISÉRIA

  O  alto  preço  das  matérias-primas  levou  a  uma  ligeira  elevação  do  crescimento  econômico  na  África  nos  primeiros  cinco  anos  do  novo  milênio.  O  Produto  Interno  Bruto  (PIB)  de  alguns  países  ao  sul  do  Saara  aumentou  6%  ao  ano  ou  até  mais,  devido  à  valorização  do  petróleo,  dos  metais  e  de  outras  riquezas  minerais  no  mercado  mundial,  enchendo  os  cofres  nacionais  de  muitos  países. 

Mas  a  crise  econômica  e  financeira  mundial  colocou  um  fim  a  esse  boom.  Os  preços  das  matérias-primas  caíram  e  alimentos  encareceram.  Investidores  estrangeiros  se  retiraram  da  região  e  pequenos  empresários  impossibilitados  de  obter  empréstimos,  gerando  um  efeito  dramático  sobre  orçamentos  públicos  africanos  em  grande  parte. 

O  crescimento  econômico  dos  países  do  sul  do  Saara  não  passou  de  1,5%  ao  ano,  de  acordo  com  a  estimativa  do  Fundo  Monetário  Internacional.  Após  a  crise  de  2008,  o  valor  pago  por  matérias-primas  não  passava  de  30%  dos  anos  anteriores  à  crise,  o  que  afetou  terrivelmente  os  países  em  desenvolvimento  ao  sul  do  Saara,  pois  na  sua  maioria  dependiam  e  dependem  da  exportação  de  matérias-primas.  Nesta  situação,  como  é  que  jovens  africanos  não  imigrariam  pelo  Mar  Mediterrâneo  em  barcos  de  alto  risco  e  perigo  das  mais  precárias  condições  para  países  europeus  em  busca  de  uma  vida  melhor. 

Durante  muitos  anos  os  imigrantes  africanos  de  serviços  casuais  enviaram  dinheiro  para  parentes  no  Continente,  em  valores  que  chegaram  a  bilhões  de  dólares,  numa  tentativa  de  combater  a  pobreza  e  miséria,  e  esta  prática  também  foi  afetada  pela  crise,  agravando  a  situação.  Por  ocasião  da  abertura  do  Fórum  Econômico  Mundial  na  Cidade  do  Cabo,  África  do  Sul,  o  ex-secretário-geral  da  ONU,  Kofi  Annan,  lembrou  que  a  África  continua  dependendo  de  ajuda  econômico,  mesmo  que  tenha  potencial  para  se  desenvolver  como  um  continente  exportador  de  alimentos,  energia  matérias  primas  em  geral.

É  lastimável  como  os  lideres  mundiais  não  se  lembram  de  tocar  no  assunto  da  corrupção  na  África,  que  tem  prejudicado  a  economia  africana  todos  esses  tempos,  durante  as  discussões  nos  fóruns  internacionais.  Ninguém  tem  coragem  de  vir  à  frente  para  acusar  os  lideres  políticos  africanos  do  rombo  que  provocam  nos  cofres  de  seus  países.  O  dinheiro  desviado  por  estes  políticos  inescrupulosos  (centenas  de  bilhões  de  dólares)  daria  muito  bem  para  desenvolver  cada  um  o  seu  país.  Este  assunto,  do  meu  ponto  de  vista  tornou-se  um  tabu  na  boca  dos  lideres  dos  países  industrializados  porque  a  prática  da  corrupção  favorece  a  todos,  tanto  políticos  africanos  como  as  empresas  multinacionais.  É  simplesmente  uma  sopa  no  mel,  a  prática  da  corrupção.  O  dinheiro  roubado  pelos  governantes  africanos  é  guardado  nos  bancos  estrangeiros  (sem  trazer  benefícios  ao  desenvolvimento  econômico  do  Continente  Africano).  O  dinheiro  Africano  roubado  e  guardado  em  bancos  europeus  e  em  paraísos  financeiros,  imprescindivelmente  serve  para  lubrificar  a  economia  do  clube  dos  países  industrializados,  cuja  economia  não  está  também  fora  do  perigo  da  depressão  e  recessão  mundial. 

INTEGRAÇÃO  REGIONAL  DO  CONTINENTE

A  Integração  Regional  da  África  se  torna  uma  saída  para  o  desenvolvimento  do  continente,  até  que  ponto  as  organizações  regionais  trariam  soluções  viáveis  e  permanentes  no  contexto  da  integração. 

Temos  hoje,  algumas  organizações  regionais  no  Continente  Africana  –  a  exemplo  de  outras  regiões  do  mundo,  países  em  busca  de  alta  sustentação  econômica.  Em  existência,  entre  os  mais  significativamente  fortes,  temos  o  “Common  Market  for  Eastern  and  Southern  África  (COMESA),  Economic  Community  of  West  African  States  (ECOWAS),  Union  Douaniere  et  Economique  de  l’Afrique  Centrale  (UDEAC);  e  muitos  outros  que  surgiram  entre  as  décadas  de  70  e  80,  todas  as  organizações  de  cooperação  econômicas.  A  intenção  dos  governos  é  voltada  a  integração  regional  na  formação  duma  estrutura  solida  e  necessária  para  resolver  ou  remover  os  obstáculos  no  comércio  entre  as  nações  africanas,  criando  um 

mercado  regional  que  visa  a  economias  de  escala,  e  mantendo  sistemas  de  produção  e  mercados,  num  esforço  para  aumentar  a  competitividade  dentro  do  Continente. 

Não  podemos  esquecer  que  o  compromisso  com  o  regionalismo  era  parte  complementar  de  uma  ampla  ambição  de  integração  continental,  com  raízes  no  Pan-Africanismo.  Também  sabemos  que  o  Pan-Africanismo  tinha  como  objetivo  a  reivindicação  de  princípios  de  autossuficiência  coletiva  e  independência  política,  com  base  na  defesa  dos  direitos  do  povo,  e  unidade  da  África  sob  um  único  Estado  soberano  para  todos  os  africanos  onde  quer  que  estejam.  Sabemos,  na  certeza,  de  que  isto  está  fora  do  costume  e  cultura  africana  e  o  regionalismo  não  daria  certo  para  o  Continente,  onde  egoísmo,  a  desconfiança,  e  o  individualismo,  falam  mais  alto  que  a  convivência  coletiva  entre  tribos  e  etnias  completamente  estranhos  uma  ao  outra. 

Desde  o  tempo  da  independência  nos  anos  60  e  70,  o  estabelecimento  de  comunidades  econômicas  sub-regionais  sempre  foi  importante  e  colocado  em  debate  como  uma  estratégia  de  desenvolvimento  do  Continente,  em  especial  os  acordos  para  promover  a  cooperação  técnica  e  econômica.  Acordos  esses  que  visavam  em  ampliar  o  crescimento  do  comercio  inter-regional  para  eliminação  de  das  barreiras  tarifarias.  A  intenção  seria  o  desenvolvimento  regional,  na  promoção  de  setores  econômicos  e  melhoria  de  infraestruturas  no  continente,  como  também  execução  de  projetos  de  produção  em  larga  escala,  consequentemente,  promoção  da  cooperação  monetária. 

O  sucesso  dos  projetos  inter-regionais  dependia  da  cooperação  efetiva  entre  os  países,  mas  ao  contrario  neste  período  muitas  nações  africanas  começaram  a  implementar  regimes  de  comercio  intervencionista  e  protecionista,  motivados  por  diversas  inquietações  sobre  problemas  fiscais,  a  proteção  da  indústria  nacional,  e  com  preocupação  voltado  para  manutenção  da  nascente  e  inexperiente  parque  industrial  em  alguns  países  em  relação  à  política  de  importação.

É  interessante  notar  que  a  política  comercial  e  a  estratégia  do  desenvolvimento  econômico  da  África  passaram  por  duas  tendências  diferentes  na  década  de  80.  Em  primeiro  lugar,  os  países  africanos  começaram  a  projetar  uma  sistemática  regional  dentro  do  Continente,  individualmente  os  Estados  iniciaram  um  processo  de  racionalização  e  liberalização  do  seu  regime  de  comercio  com  países  fora  da  África.  Em  obediência  as  determinações  das  Instituições  em  relação  aos  programas  de  ajustamento  estrutural  do  Banco  Mundial  e  do  Fundo  Monetário  Internacional,  com  um  objetivo  maior  no  processo  de  integração  da  África  na  economia  mundial,  assim  ingressando  numa  comunidade  econômica  maior  e  mais  compreensiva.

Isto  sem  abandonar  a  abordagem  regional  como  a  melhor  ferramenta  para  o  desenvolvimento  do  Continente.  Foi  neste  contexto  que  surgiu  a  Nova  Parceria  para  o  Desenvolvimento  da  África  (NEPAD),  uma  nova  visão  e  um  quadro  para  a  renovação  do  Continente  Africano,  com  base  no  entendimento  compartilhado  de  que  é  indispensável  erradicar  a  pobreza  na  África  e  posicionar  os  países  no  caminho  do  crescimento  econômico  e  desenvolvimento  sustentável.  Em  março  de  2001,  os  países  africanos  criaram  a  União  Africana  para  substituir  a  Organização  da  Unidade  Africana  para  coordenar  uma  nova  estruturação  da  política  e  comércio  continental.

Os  países  membros  (53  países  africanos)  da  Nova  Parceria  para  o  Desenvolvimento  de  África  são:
Argélia,  Angola,  Benin,  Botsuana,  Burkina  Fasso,  Burundi,  Camarões,  Cabo  Verde,  República  Centro  Africano,  Comores,  Congo,  República  Democrática  do  Congo,  Costa  do  Marfim,  Djibuti,  Egito,  Eritréia,  Etiópia,  Gabão,  Gâmbia,  Gana,  Guiné-Bissau,  Guiné  Conacri,  Guiné  Equatorial,  Quênia,  Lesoto,  Libéria,  Líbia,  Madagáscar,  Malaui,  Mali,  Mauritânia,  Mauricio,  Moçambique,  Namíbia,  Níger,  Nigéria,  Uganda,  Ruanda,  Saara  Ocidental,  São  Tomé  e  Príncipe,  Senegal,  Seychelles,  Serra  Leoa,  Somália,  Sudão,  Suazilândia,  Tanzânia,  Chade,  Togo,  Tunísia,  Zâmbia  e  Zimbábue.

A  Nova  Parceria  para  o  Desenvolvimento  da  África  (NEPAD)  foi  concebida  pelos  países  da  África  e  constitui  um  acordo  dos  Chefes  de  Estado  da  África.  Acreditamos  que  este  sempre  foi  o  grande  erro,  já  que  os  lideres  nunca  consultaram  o  povo  ou  as  comunidades  que  são  os  beneficiados  ou  prejudicados  em  aprovação  de  suas  ideias,  antes  de  ingressar  na  parceria. 

No  fundo  os  grandes  desafios  da  África  são  e  serão:  a  erradicação  da  pobreza  e  da  fome,  a  promoção  do  desenvolvimento  socioeconômico,  e  a  eliminação  do  analfabetismo  de  maneira  gradual.  Então,  NEPAD  teria  que  ter  um  processo  imprescindivelmente  direcionado  para  execução  desta  árdua  tarefa  de  múltiplos  objetivos,  apresentados  pela  cúpula  de  NEPAD  como  os  seguintes:

-  A  Democracia  e  a  Boa  Governança  Política

-  A  Governança  Econômica  e  Social

-  O  Desenvolvimento  Socioeconômico  da  África,  e 

-  O  Mecanismo  Africano  de  Controle  dos  Pares 

Para  NEPAD  poder  funcionar  sem  intrigas  entre  os  países,  as  Comunidades  Econômicas  Regionais  já  existentes  serão  a  pedra  angular  na  sustentação  da  integração  econômica  do  Continente,  todos  com  igual  voz  e  participação  relativa  na  operação  dos  planos  e  objetivos  da  NEPAD.  Atualmente  as  Comunidades  Econômicas  Regionais  reconhecidas  são:  União  do  Magrebe  Árabe,  Comunidade  dos  Estados  Sahel-Saarianos,  Mercado  Comum  da  África  Austral  e  Oriental,  Comunidade  Econômica  dos  Estados  da  África  Central,  Comunidade  Econômica  dos  Estados  da  África  Ocidental,  Autoridade  Intergovernamental  para  o  Desenvolvimento,  Comunidade  para  o  Desenvolvimento  da  África  Austral,  entre  outras  menos  expressivas.

É  preciso  analisar  até  que  ponto  os  quatro  principais  objetivos  da  NEPAD  serão  efetivamente  implementados,  em  especial  no  tocante  à  erradicação  da  pobreza  no  vasto  Continente  Africano,  a  promoção  dum  crescimento  e  desenvolvimento  sustentável,  integrar  a  África  na  economia  mundial,  e  acelerar  o  empoderamento  das  mulheres.Tudo  isso  fundamentado  nos  princípios  de  um  compromisso  à  boa  governança,  democracia,  direitos  humanos  e  resolução  de  conflitos;  e  o  reconhecimento  de  que  a  manutenção  destes  padrões  é  fundamentalmente  importante  para  criação  dum  ambiente  favorável  para  investimento  e  crescimento  econômico  em  longo  prazo. 

ÁFRICA  NO  CONSENSO  DE  WASHINGTON

No  caso,  NEPAD  deve  buscar  atrair  aumento  de  investimento,  o  fluxo  de  capital  e  financiamento,  provendo  uma  estrutura  Africana  própria  para  o  desenvolvimento  como  base  da  parceria  em  níveis  regionais  e  internacionais.  Inicialmente  NEPAD  foi  recebido  com  grande  ceticismo  e  criticas  das  mais  fortes  a  partir  da  sociedade  civil  em  toda  África,  considerando  a  entidade  como  sendo  mais  um  jogo  baseado  no  modelo  de  desenvolvimento  econômico  do  “Consenso  de  Washington”. 

O  ‘Consenso  de  Washington’  é  conhecido  como  um  conjunto  de  medidas  de  ajuste  macroeconômico  formulado  por  economistas  de  instituições  financeiras  como  FMI  e  o  Banco  Mundial,  elaborado  em  1989,  a  partir  de  Universidades  e  Instituições  Financeiras  Especializadas  a  serviço  do  Banco  Mundial.  Entre  as  “regras”  que  deveriam  ser  adotadas  pelos  países  para  promover  o  desenvolvimento  econômico  e  social  se  encontram:  disciplina  fiscal,  redução  dos  gastos  públicos,  reforma  tributaria,  juros  de  mercado,  câmbio  de  mercado,  abertura  comercial,  investimento  estrangeiro  direto,  com  eliminação  de  restrições,  privatização  das  estatais,  desregulamentação  e  desburocratização,  direito  à  propriedade  intelectual.  Enquanto  que  um  grupo  de  críticos  do  Consenso  de  Washington  alega  que  o  pacote  levou  à  desestatização  econômica  de  alguns  países  em  desenvolvimento,  outros  acusam  a  entidade  de  ter  produzido  crises  socioeconômicas  e  desigualdades  sociais  nas  nações  que  fizeram  tentativas  de  aplicação  das  diretrizes  do  Banco  Mundial  e  FMI.  Regras  que  muitas  vezes  alguns  países  não  estão  preparados  para  seguir  ou  acomodar,  devido  à  falta  de  estrutura  e  a  capacidade  de  ajustes.

NEOLIBERALISMO  NA  ÁFRICA

Sem  dúvida,  o  Consenso  de  Washington,  é  uma  continuação  do  Neoliberalismo,  que  conduz  à  atual  fenômeno  da  Globalização,  e  devemos  entender  que  o  Neoliberalismo  pregava  o  funcionamento  da  economia  entregue  às  leis  de  mercado.  De  acordo  com  os  defensores  do  neoliberalismo,  a  presença  estatal  na  economia  só  tende  a  inibir  o  setor  privado  e  assim  tende  a  frear  o  desenvolvimento  dos  países  emergentes.  Para  maior  esclarecimento  os  teóricos  do  desenvolvimento  econômico  apresentam  o  fenômeno  com  as  seguintes  características: 

-  Abertura  da  economia  por  meio  da  liberalização  financeira  e  comercial  e  da  eliminação  de  barreiras  aos  investimentos  estrangeiros;

-  Amplas  privatizações  de  empresas  estatais;

-  Redução  de  subsídios  e  gastos  sociais  por  parte  dos  governos;

-  Desregulamentação  do  mercado  de  trabalho,  para  permitir  novas  formas  de  contratação  que  possam  resultar  na  redução  dos  custos  das  empresas.

ÁFRICA  INSERIDA  NA  GLOBALIZAÇÃO

Outro  termo  comumente  em  uso  na  atual  fase  da  economia  mundial  é  a  Globalização,  o  que  indica  que  há  uma  crescente  interdependência  entre  mercados,  governos,  empresas  e  movimentos  sociais  em  nível  global.  Pela  globalização,  as  economias  dos  países  estão  hoje  cada  vez  mais  integradas. 

Os  primeiros  passos  rumo  à  conformação  de  um  mercado  mundial  e  uma  economia  global  data-se  dos  séculos  XV  e  XVI,  com  expansão  ultramarina  da  Europa.

  -  Em  1492,  Cristóvão  Colombo  chega  à  América  –  já  é  o  inicio  da  globalização  do  mercantilismo  –  rotas  comerciais  da  Europa  para  Ásia  e  a  África  –  extração  de  ouro  e  prata  das  minas  destes  continentes,  inclusive  das  Américas,  -  assim  formando  o  grande  tesouro  das  nações  colonizadoras  europeias  -  Riquezas  essas  que  deu  a  base  para  a  Revolução  Industrial  no  fim  do  século  XVIII, 

-  Acompanhado  das  descobertas  científicas,  as  grandes  invenções  provocaram  enorme  expansão  dos  setores  industrializados  e  ampliação  do  mercado  para  exportação  de  produtos  ou  manufaturados. 

-  Em  XIX,  as  corporações  multinacionais,  industriais  e  financeiras,  atravessaram  os  anos  num  crescimento  fantástico  no  século  seguinte. 

–  A  interdependência  econômica  entre  as  nações  do  mundo  se  colocou  em  evidência  em  1929,  gerando  a  grande  depressão  econômica  com: 

a)  a  quebra  da  Bolsa  de  Valores  de  Nova  York,

b)  a  depressão  econômica  norte-americana  teve  consequências  negativas  em  toda  parte  do  mundo,

c)  o  salto  maior  foi  no  fim  do  século  XX,  precisamente,  em  1989  quando  ocorreu  a  queda  do  Muro  de  Berlim,  que  foi  o  marco  da  derrocada  dos  regimes  comunistas  na  União  Soviética  e  nos  países  do  Leste  Europeu.

d)  foi  então  que  os  países  do  bloco  da  União  Soviética  eram  integrados  ao  sistema  econômico  mundial.

A  integração  acentuou-se  a  partir  dos  anos  1990,  por  intermédio  da  revolução  tecnológica,  especialmente  no  setor  de  telecomunicações.  A  internet  e  a  rede  mundial  de  computadores  revelaram-se  a  mais  inovadora  tecnologia  de  comunicação  do  planeta.  As  trocas  de  informações  (dados,  voz  e  imagens)  tornaram-se  quase  instantâneas,  o  que  acelerou  em  muito  o  fechamento  de  negócios. 

Com  a  expansão  do  comércio,  ocorreu  a  intensificação  do  fluxo  de  capitais  entre  os  países.  A  busca  de  maior  lucratividade  levou  as  empresas  a  investir  cada  vez  mais  no  mercado  financeiro,  se  tornando  o  epicentro  da  economia  globalizada.

A  atual  mobilidade  do  mercado  mundial  permite  que  grandes  empresas  façam  relocalizações  de  fabricas  (fechamento  de  unidades  de  produção  em  um  local  e  abertura  em  outra  região  ou  outro  país).  Um  mecanismo  usado  globalmente  para  cortar  gastos  com  mão  de  obra,  possibilitando  a  fuga  para  evitar  altos  salários  e  organizar  produção  em  localidades  de  baixos  custos  de  produção,  deixando  aqueles  países  vulneráveis  na  dependência  total  das  instituições  financeiras  internacionais  como  Banco  Mundial  e  FMI. 

E  então,  em  contra  partida,  os  governos  beneficiados  com  os  empréstimos  ficam  obrigados  obedecer  ao  receituário  ditado  pela  instituição,  que  são  basicamente  estabelecidos  pelo  ‘Consenso  de  Washington’. 

A  questão  é  que  os  países  da  África,  na  maioria  não  estão  preparados  para  enfrentar  os  efeitos  imediatos  da  globalização,  que  muitas  vezes  penaliza  as  populações  carentes,  devido  à  desativação  ou  da  desaceleração  dos  investimentos  sociais,  com  políticas  que  tendem  a  frear  o  crescimento  econômico,  por  força  da  maior  da  carga  tributária,  do  congelamento  de  investimentos  públicos  e  da  elevação  de  juros.

Numa  analises  critica,  podemos  ver  claramente  que  as  perspectivas  da  globalização  não  se  concretizaram  na  África,  imaginando-se  um  Continente  Africano  integrado  economicamente  e  sem  fronteiras.  No  contexto  da  globalização  e  de  acordo  com  as  previsões,  novas  tecnologias  e  métodos  gerenciais  iriam  promover  um  aumento  geral  da  produtividade,  o  bem-estar  social  dos  indivíduos,  e  a  redução  da  desigualdade  entre  as  nações.  Com  NEPAD,  nada  disso  tem  acontecido  no  Continente  Africano.  Os  ajustes  estruturais  e  reformas  neoliberais  não  trouxeram  até  agora  o  esperado  progresso  nem  melhoraram  a  distribuição  de  renda. 

Numa  nação  como  a  Nigéria,  por  exemplo,  a  miséria  tem  crescido  entre  a  população  certamente  neste  período  de  programas  econômicos  de  regionalização.  Isto  porque  enquanto  os  organismos  internacionais  procuram  fazer  a  sua  parte  do  acordo,  os  Chefes  de  Estado  (Regimes  Militares  Civis)  estão  seriamente  ocupados  com  seus  planos  diabólicos  para  esvaziar  os  cofres  nacionais  por  meios  legalmente  estabelecidos  por  eles  mesmos,  que  formam  a  cúpula  do  Governo.  Nenhum  Governo  Nigeriano  tem  sido  isento  desta  mau  prática. 

Em  quase  todos  os  países  do  sul  do  Saara,  a  pobreza  cresceu  muito  nesse  período  do  ajuste  ao  sistema  da  globalização.  Desde  1981,  houve  uma  redução  de  aproximadamente  15  a  20%  no  PIB  per  capita  nesses  países,  dobrando  assim  o  número  de  pessoas  que  vivem  com  menos  de  01  dólar  por  dia,  enquanto  que  os  países  industrializados  continuam  prosperando  a  custa  dos  países  em  desenvolvimento,  e  os  países  emergentes  também  não  são  exceções. 

A  regionalização  pode  até  trazer  algumas  vantagens  inquestionáveis  para  o  Continente  Africana  através  da  NEPAD  e  outras  formações  de  mercado  sub-regional  como  ECOWAS  e  Mercado  Comum  da  África  Austral  e  Ocidental  (MCAAO),  em  relação  ao  alargamento  do  mercado,  eliminação  de  obstáculos  artificiais  ao  comércio,  ampliação  da  concorrência,  melhores  oportunidades  de  escolha  para  o  consumidor,  plena  utilização  dos  recursos  naturais,  a  mão  de  obra  e  capital,  possibilidades  de  exportação  para  o  exterior  da  área  integrada,  e  ainda  atrair  para  área  integrada  o  capital  internacional. 

NEPAD,  com  suas  medidas  de  política  econômica  dentro  dos  planos  da  regionalização  da  África,  seguindo  as  orientações  estritamente  ditadas  com  base  no  Consenso  de  Washington,  no  Neoliberalismo  e  na  Globalização,  tem  seus  aspectos  positivos,  mas  também  trás  consigo  grandes  desafios  para  o  contexto  socioeconômico  e  cultural  africano.

Existem  as  dificuldades  de  transição  criadas  pelas  atividades  econômicas  menos  eficientes  em  alguns  países  em  relação  a  maior  concorrência  proveniente  de  outros  territórios  mais  dotados  e  melhor  estruturados  para  NEPAD.

Por  outro  lado  há  dificuldades  no  desenvolvimento  econômico  dos  territórios  mais  atrasados,  dificuldades  de  transição  resultantes  de  desaparecimento  das  proteções  aduaneiras,  e  as  desigualdades  na  repartição  dos  benefícios  da  integração  entre  territórios  com  diferentes  níveis  de  desenvolvimento. 

Ainda  temos  o  fator  da  semelhança  de  recursos  que  oferece  poucas  oportunidades  para  o  comércio  inter-regional,  insuficiência  de  níveis  de  cooperação,  a  perda  de  receitas  fiscais,  e  a  inexistência  de  qualquer  transparência  no  comércio  e  nos  incentivos  aos  investimentos.

CONCLUSÃO  GERAL

Uma  sociedade  se  define  de  acordo  com  os  valores  culturais  compartilhados  pelo  seu  povo  como  a  língua,  normas,  artefatos,  comida,  musica,  dança,  e  num  plano  maior,  instituições  sociais  como  família,  educação,  sistema  de  saúde,  religião,  etc..  A  cultura  africana  é  vasta  e  enigmática  na  sua  complexidade  de  natureza  mística,  por  transcender  os  conhecimentos  sociológicos  e  antropológicos  do  homem.  Ela  é  como  uma  floresta  que  não  se  vê  na  totalidade  com  os  olhos  nus,  um  ecossistema  e  orgânico,  sendo  que  o  povo  é  apenas  transportador  dos  fenômenos  culturais  existentes  no  Continente  Africano. 

Grupos  Étnicos:  Uma  Complexidade  Cultural  A  África  como  um  Continente  apresenta  uma  multiplicidade  de  problemas,  e  um  que  se  destaca  é  o  grande  número  de  tribos,  etnias  e  dialetos.  Com  mais  de  1000  dialetos,  a  comunicação  se  torna  difícil,  portanto,  as  comunidades  são  vulneráveis  a  conflitos  e  disputas  por  territórios  e  demarcações  de  fronteiras,  e  muitas  vezes  se  tornam  guerras  civis,  geralmente  instigados  por  forças  externas,  comumente  financiadas  pelos  antigos  mestres  coloniais  ou  forças  imperialistas. 

As  desigualdades  sociais,  econômicas  e  culturais  dentro  do  Continente  Africano  como  consequência  dos  conflitos  tribais,  levou  a  escravidão  dos  elementos  capturados  e  vendidos  por  chefes  tribais  poderosas,  e  isto  é  prova  de  que  o  comercio  de  escravos  já  existia  entre  as  tribos  antes  do  período  colonial  e  do  próprio  Tráfico  Transatlântico.  E  tão  logo  que  os  Árabes  adentraram  no  Continente,  motivados  pelas  guerras  santas  muçulmanas  por  volta  do  século  7,  chegaram  os  comerciantes  e  exploradores  europeus  entre  os  10  e  15,  tanto  por  “motivos  religiosos”  como  pela  busca  de  matérias  primas  e  mão  de  obra  escrava.  A  penetração  dos  europeus  ao  interior  da  África  foi  facilitada  pelos  rios  que  desembocavam  nos  Oceanos  Atlântico  e  Indico  de  um  lado  e  do  outro,  os  Árabes  e  os  Chefes  Tradicionais  Africanos,  tornando  a  Escravidão  um  negócio  bilateral  ou  até  mesmo  tripartite  na  época. 

A  cultura  africana  contribuiu  grandemente  para  o  desenvolvimento  dos  países  diásporas  (America  do  Norte,  America  Latina,  Central,  e  nos  Caribes),  não  só  nas  plantações,  exploração  de  minérios,  e  posteriormente  na  construção  civil  e  urbanização  das  cidades;  e  também  uma  forte  influência  na  música  e  dança,  costumes  e  outros  valores,  além  do  aspecto  religioso.  É  importante  notar  que  o  termino  do  tráfico  transatlântico  pela  pressão  Inglês,  apoiado  pelas  revoltas  internas  dos  escravos  brasileiros,  especialmente,  os  Muçulmanos  do  Mali,  provocou  a  escassez  de  mão  de  obra  escrava,  resultando  numa  abertura  para  entrada  de  imigração  estrangeira,  e  consequentemente,  um  desenvolvimento  comercial  e  econômico  maior  durante  o  período  colonial  brasileiro. 

Enquanto  o  racismo  brasileiro  é  fundamentado  na  teoria  do  racismo  cientifico,  uma  teoria  de  que  as  pessoas  de  raça  negra  já  nascem  inferiores  aos  brancos,  o  fenômeno  do  racismo  persistirá  no  Brasil.  Neste  momento,  alguns  membros  da  academia  (do  grupo  da  inteligência)  brasileiro  estão  formando  teorias  em  laboratórios  do  racismo,  teorias  para  fixar  critérios  científicos  de  investigação  em  relação  à  inferioridade  da  raça  negra,  para  apresentar  teses  de  mestrado  e  doutoramentos.  Esses  cientistas  sociais  e  jurídicos  querem  provar  através  da  ciência  da  bioantropologia  da  criminologia,  a  razão  pela  qual  os  negros  (mulheres  e  homens)  formam  a  maioria  da  população  carcerária  no  Brasil.  Será  que  precisa  de  teorias  cientificas  para  saber  do  porque  as  prisões  brasileiras  estão  lotadas  de  negros?  Na  verdade,  são  teorias  infames  e  infundadas  para  estigmatizar,  psicologicamente  inculcar  na  cabeça  dos  que  já  tem  cabeça  o  fenômeno  de  que  negro  já  nasce  criminoso.  E  fazer  o  negro  um  motivo  de  chacota  na  sociedade.  Seria  mais  fácil  combater  o  vento  do  que  combater  o  racismo  no  Brasil,  pois  as  leis  contra  o  crime  do  racismo  e  de  injuria  racial  são  vistas  pela  população  como  leis  de  “letras  mortas”,  jamais  levadas  a  serias. 

A  lei  No.  1390/52  de  1951,  conhecido  como  Lei  Afonso  Arinos,  proposto  por  Afonso  Arinos  de  Melo  Franco,  que  proíbe  discriminação  racial  no  país,  se  mostra  ineficiente  por  falta  de  aplicação.  Em  1989,  foi  promulgada  a  Lei  7716/89  de  1989,  conhecido  como  “Lei  Caó”,  proposta  por  Carlos  Alberto  Caó  Oliveira  dos  Santos,  que  determina  desigualdade  racial  e  o  crime  de  intolerância  religiosa.  Portanto,  o  problema  maior  é  a  falta  de  esclarecimentos  do  que  veio  a  ser  o  crime  de  racismo  e  a  injúria  racial.  Então  cabe  às  autoridades  do  país  a  tomada  de  iniciativa  para  medidas  efetivas  em  ralação  a  lei  e  fazer  jus  a  Constituição  Nacional. 

Religião  na  África  é  uma  grande  caixa  sem  etiqueta  para  identificação,  a  espiritualidade  é  o  conteúdo,  portanto,  religião  é  simplesmente  cultura  de  crenças.  A  tradicional  religião  africana  será  sempre  difícil  de  ser  compreendida  ou  até  mesmo  ser  estudado  pelos  não  nativos  do  Continente  Africano,  aqueles  que  visitam  santuários  africanos  em  busca  de  conhecimentos,  em  geral  perdem  seu  tempo  por  algo  que  jamais  entenderão.  É  preciso  ser  Africano  para  interpretar  a  Religião  Africana  com  uma  mente  disciplinada  e  com  as  ferramentas  necessárias  herdadas  de  ancestrais,  não  compradas,  da  mesma  forma  que  jamais  conseguiriam  dominar  as  citações  adequadas  a  cada  oráculo  de  acordo  com  a  natureza  dos  Orixás. 

A  questão  é:  podemos  encontrar  nesta  religião  tradicional  africana,  e  quais  são  as  perspectivas  de  paz  num  mundo  cheio  de  injustiça,  sem  harmonia  entre  os  humanos,  entre  irmãos  e  irmãs,  ou  entre  homens  e  Deus,  as  divindades,  os  ancestrais  e  outros  seres  no  universo;  num  mundo  onde  bilhões  de  pessoas  professam  fé  em  Deus,  mas  outros  desrespeitam  a  ordem  moral  divinamente  estabelecida.  Como  alcançar  paz  no  mundo  onde  o  sangue  humano  jorra  nos  santuários  da  religião  tradicional,  alguns  com  violência,  outros  sutilmente?  Essas  são  as  perguntas  que  os  praticantes  das  religiões  tradicionais  precisam  responder,  tanto  no  Continente  Africano  como  nos  países  diásporas.  Não  adiantam  negar  que  todos  praticam  sacrifícios  animais  ou  humanos.  Ativistas  tem  feitos  incessantemente  protestos  para  chamar  atenção  dos  governos  africanos  para  tomar  medidas  mais  fortes  contra  as  matanças  rituais,  inclusive  legislações  que  possam  regularizar  o  trabalho  dos  curandeiros  e  feiticeiros.  Alguns  países,  como  Uganda,  Ruanda,  e  Nigéria,  tem  tomado  medidas  para  regulamentar  o  oficio  dos  feiticeiros,  mas  essas  medidas  jamais  foram  abrangentes  o  suficiente  para  coibir  as  matanças  de  gente  inocentes  para  sacrifícios,  ao  contrario  cada  dia  que  passa  mais  certificados  são  emitidos  oficialmente  em  nome  da  medicina  tradicional,  com  base  na  propriedade  do  direito  intelectual,  e  com  base  na  provisão  de  serviços  medicinais  útil  para  aqueles  indivíduos  que  buscam  a  cura  tradicional.  Não  há  solução  imediata  para  erradicação  das  matanças  rituais  na  África,  em  especial  nos  países  do  Oeste,  Sul  e  Centro  Oeste  e  Leste  do  Continente.  Não  existe  em  momento  algum  houve  uma  resposta  ou  reação  reconhecida,  institucionalizada  para  combater,  investigar  e  punir  os  assassinos  por  parte  da  polícia  ou  do  estado.  A  polícia  e  as  instituições  do  estado  são  tão  envolvidas  em  corrupção  que  qualquer  ação  não  teria  a  transparência  esperada.  A  solução  seria  promulgar  leis  fortes  e  suficientemente  eficientes  (até  mesmo  pena  de  morte)  contra  os  assassinos,  feiticeiros  e  bruxos,  envolvidos  na  prática  das  matanças  rituais  contra  crianças  e  pessoas  indefesas  ou  qualquer  ser  humano.  Mas  o  executivo,  o  legislativo  e  o  judiciário,  os  três  poderes  do  estado  cujos  membros  juntos  são  responsáveis  pela  segurança  do  seu  povo,  são  todos  envolvidos  em  sociedades  secretas  onde  a  prática  da  matança  ritual  é  uma  rotina  e  parte  da  cultura  religiosa. 

Um  ponto  tratado  paralelamente  neste  livro  é  o  fenômeno  a  bruxaria  é  a  “Caça  às  Bruxas”,  na  maioria  dos  casos,  crianças,  mulheres  e  pessoas  idosas.  Frente  a  esta  cruzada  estão  algumas  igrejas  Pentecostais  entre  outras  denominações  cristãs  que  oferecem  meios  alternativos  de  “purificação”  ou  “salvação”  dos  acusados  de  bruxaria,  usando  métodos  nem  sempre  menos  violentos.  Nas  regiões  africanas  mais  afetadas  pelo  problema  de  pobreza,  desigualdade  social,  insegurança  e  instabilidade  de  vida,  a  bruxaria  tem  sido  vista  como  a  principal  vilã.  E  libertação  da  África  contemporânea  tem  sido  baseada  na  persistente  crença  em  bruxaria  e  outras  forças  espirituais  que  culminam  com  a  formação  duma  teologia  chamada  de  “demonologia  da  bruxaria”,  uma  síntese  da  religião  tradicional  Africana  e  Cristianismo,  o  “sincretismo  pentecostal”. 

“Essa  é  mais  uma  tentativa  para  contextualização  da  religião  gospel  ao  povo  africano”,  conforme  Birgit  Meyer,  em  “Commodities  and  Power  of  Prayer:  Pentecostalist  Attitude  Toward  Consumption  in  Consumption  in  Contemporary  Ghana”,  Development  and  Change  29  (1998).  “O  trabalho  da  libertação  feito  pelas  igrejas  pentecostais  deveria  seguir  a  linha  do  exorcismo  livre  de  tortura  e  duros  castigos,  sem  efeitos  negativos  sem  cair  na  fraqueza  dos  santuários  anti-bruxárias  e  algumas  Igrejas  Independentes  Africanas”,  argumenta  Paul  Gifford,  em  “Ghanaian  Charismatic  Churches”  Journal  of  African  Religion  64,  no.  3  (1994).  Essa  abordagem  de  evangelização  pode  até  cair  bem  no  ambiente  cultural  Africana  mas  qualquer  ênfase  de  ameaça  prejudicaria  o  progresso  e  modernidade  do  Cristianismo  no  Continente.  A  despeito  do  crescimento  rápido,  abordagem  deste  ministério  parece  não  erradicar  o  medo  da  bruxaria  e  de  outros  poderes  supernaturais  do  povo  africano. 

Além  disso,  a  grande  preocupação  é  a  velha  crendice  no  poder  da  bruxaria  em  todo  Continente,  e  a  perpetuada  ação  dos  bruxos  e  feiticeiros  que  cause  enorme  sofrimento  a  pessoas  inocentes,  assassinatos  na  crença  de  que  as  partes  humanas  tem  poder  mágico  de  cura  e  encantos  de  maldição.  Muitas  entidades  Cristãs  estão  nesta  campanha  contra  a  bruxaria  como  fenômeno  moralmente  abominável,  uma  prática  aberrante,  criminosa,  repugnante  e  absolutamente  inaceitável,  enquanto  que  essas  mesmas  pessoas  acreditam  que  o  poder  da  bruxaria  é  real.  Infelizmente,  alguns  pastores  motivados  pela  ambição  pessoal  e  o  lucro  envolvido  no  ministério  das  Igrejas  Pentecostais,  tem  aproveitado  o  medo  da  bruxaria  para  benefícios  próprios,  desenvolvendo  o  reino  de  terror  contra  os  mais  vulneráveis  membros  da  sociedade  sob  falsas  acusações  de  bruxaria,  ressuscitando  modelo  antigo  Europeu  de  caça  às  bruxas  dos  séculos  XVI  e  XVII,  para  infligir  tortura  e  até  mesmo  a  morte  sobre  crianças,  mulheres  e  homens  velhos. 

Devemos  aqui  fazer  um  apelo  às  autoridades  governamentais  para  apresentar  projetos  que  visem  a  melhoramentos  educacionais  e  policiamento  na  eliminação  dos  vários  flagelos  dos  praticantes  de  bruxaria  e  aqueles  que  alegam  ter  encontrado  para  os  problemas  da  bruxaria  (os  feiticeiros). 

Em  grande  parte  da  África  como  também  no  Brasil,  combate  a  bruxaria  tem  sido  fundamento  na  pregação  das  Igrejas  pentecostais.  Nestas  Igrejas,  principalmente,  algumas  países  como  Nigéria,  África  do  Sul,  Zimbábue,  Gana,  Tanzânia,  entre  outros,  doar  dinheiro  e  receber  a  proteção  divina  como  recompensa  é  um  negócio  normal  diante  de  Deus.  Este  fenômeno,  inclusive  está  em  pratica  no  Brasil  e  outros  países  da  America  Latina  e  America  Central. 

A  bruxaria,  demonização  da  cultura  e  exorcismo  são  processos  muito  ligados  entre  as  igrejas  desmembradas  do  Protestantismo,  da  própria  Renovação  Carismática  Católica,  conhecidos  como  o  grupo  Reino  de  Deus  ou  coisas  semelhantes.

A  África  como  um  berço  das  grandes  civilizações  e  com  imensos  problemas  causadas  por  baixa  renda,  apesar  da  potencialidade  industrial  e  detentora  de  riquezas  minerais  como  petróleo  e  gás  natural,  pedras  preciosas,  entre  outras,  isto  sem  mencionar  fala  da  grande  contingente  populacional,  se  tornou  um  palco  de  interesse  para  cruzadas  internacionais  de  evangelização,  um  terreno  apropriado  para  ataque  das  culturas  religiosas  milenares  africanas  e  demonizar  a  raça  negra,  e  alem  do  mais,  arena  livre  para  implantação  de  ideias  do  evangelho  capitalista,  utilizando  o  método  de  teologia  da  demonologia  da  bruxaria  e  da  teologia  da  prosperidade  para  explorar  um  povo  ainda  muito  ligado  aos  deuses  ancestrais  e  islamismo. 

Regimes  democráticos,  especialmente  nas  nações  novas  e  em  desenvolvimentos,  apresentam  fragilidade,  seja  esses  estabelecidos  na  alvorada  da  independência  com  o  colapso  do  poder  colonial  ou  mesmo  após  um  período  de  autoritarismo  domestico  sob  o  domínio  militar.  A  governança  com  base  nessas  instituições  representativas  de  pensamentos  limitados  dificilmente  opera  na  normalidade.  Os  regimes  não  conseguem  lidar  efetivamente  com  crises  que  venham  a  surgir  de  natureza  socioeconômicos.  O  quadro  institucional  dessas  democracias  fracas  é  correlacionado  com  o  sucesso  dos  golpes  militares.  Quase  todos  os  países  em  desenvolvimento  experimentaram  pelo  menos  um  colapso  catastrófico  tal  como,  suspensão  da  constituição,  abolição  da  legislatura,  e  governança  através  de  oficiais  nomeados,  e  dirigidos  diretamente  pelos  comandantes  militares.  A  fonte  de  todos  os  problemas  está  fundamentada  na  corrupção,  desde  a  insegurança,  a  pobreza,  ao  nosso  subdesenvolvimento.  É  preciso  que  haja  pressão  extremamente  pesada  e  constante  por  parte  da  imprensa  nacional  e  internacional  sobre  este  ato  de  violações,  pilhagens  e  saques  aos  cofres  do  estado,  e  inclusive  assassinatos  dos  críticos  dos  regimes  militares,  especialmente  em  países  como  a  Nigéria,  onde  militares,  ex-chefes  de  Estado  vivem  acima  da  Constituição.  O  mal  exemplo  é  a  herança  deixado  por  esses  lideres  militares  africanos  de  que  uma  vez  roubado,  o  fruto  do  roubo  é  seu  e  de  seus  filhos  e  netos  para  sempre,  não  importa  se  o  valor  alcança  centenas  de  bilhões  de  dólares  (US$).  A  questão,  novamente,  é  como  coibir  este  mal  que  já  se  tornou  parte  da  cultura  nacional,  e  o  povo  que  vivem  na  miséria  já  aprenderam  a  conviver  com  seus  inimigos  mortais,  os  perpetradores  da  catástrofe  e  calamidade  nacional.  São  dois  mundos  diferentes  num  só  país:  os  poucos  ladrões  extremamente  ricos  e  venerados,  e  a  massa  populacional  vivendo  numa  extrema  pobreza,  consequências  dos  regimes  militares. 

A  Nigéria  como  qualquer  outro  país  africano,  inclusive  países  da  America  Latina  e  Central,  seria  fácil  de  governar,  se  levarmos  em  consideração  três  ingredientes  essenciais  no  plano  da  construção  nacional  abordado  com  seriedade  e  grande  determinação:  Patriotismo,  Combate  à  Corrupção,  e  Aplicação  Rigoroso  das  Leis  da  Terra.  Deve  se  enfatizar  que  a  falta  de  uma  automaticamente  seria  um  fator  de  reforço  para  os  outros,  e  execução  de  um  fortaleceria  todos.  A  desgraça  dos  problemas  das  nações  africanas  está  centralizada  na  quase  total  falta  de  patriotismo,  especialmente,  entre  a  “elite”  dos  ladrões,  que  por  sua  vez  constituem  terreno  fértil  para  corrupção.  Golpes  militares  são  mais  propensos  de  acontecer  em:  -  países  em  desenvolvimentos  onde  não  existem  atividades  econômicas  substantivas;  -  países  com  estrutura  heterogêneas  tais  como  antagonismo  e  dominância  étnica;  -  países  em  que  as  instituições  políticas  subdesenvolvidas  enquanto  passando  por  experiências  de  alta  mobilização  social;  -  países  onde  as  instituições  militares  estão  desempenhando  um  papel  central;  E  golpes  militares  são  menos  propensos  de  acontecer  em:  -  países  com  uma  taxa  alta  ou  aumento  de  desenvolvimento  econômico;  -  países  com  instituições  politicamente  desenvolvidas;  Essas  são  apenas  perspectivas  para  ser  levadas  em  considerações  no  combate  à  corrupção  e  tentativa  de  planejamento  para  erradicação  de  golpes  militares  nas  nações  africanas.  Em  relação  ao  processo  de  desenvolvimento  global  do  Continente  Africano  partindo  de  premissas  de  projetos  futuros  nas  conferencias  internacionais,  alguns  lideres  mundiais  sugerem  a  reinvenção  de  um  futuro  para  África,  a  renegociação  do  lugar  da  África  na  era  da  globalização  mundial,  trabalhar  para  integração  do  Continente  e  iniciar  uma  revolução  científica  e  tecnológica  para  o  desenvolvimento  africano.  Ainda  há  aqueles  que,  em  suas  filosofias  da  modernização,  falam  no  papel  das  ciências  sociais  para  reaculturação  do  povo  do  Continente  Africano,  valorizar  ensino  superior  e  adequadamente  investir  em  pesquisas.  Temos  a  questão  das  mudanças  nos  sistemas  de  governança  e  dinamização  das  políticas  populacionais,  e  o  reavivamento  do  Pan-Africanismo  numa  tentativa  de  operacionalidade  de  governança  para  todo  Continente  Africano.  Mas  será  possível  pensar  no  Pan-Africanismo  sem  primeiro  levar  em  consideração  o  fator  étnico  e  religioso  que  tem  sido  um  grande  entrave  para  alcançar  uma  política  de  cooperação  e  democratização  do  setor  público  num  pais  como  a  Nigéria,  onde  existem  grandes  grupos  étnicos  cada  uma  com  populações  de  25  a  30  milhões,  entre  outros  que  são  considerados  minorias  étnicas  que  exigem  e  lutam  por  igual  participação  na  liderança  nacional  com  base  na  chamada  “democracia”  governamental.  Tudo  isto  não  passa  de  projetos  utópicos  pois  os  que  formulam  essas  metas  não  tem  África  no  coração  e  os  africanos  que  representam  África  nestas  instituições  mundiais  não  passam  de  marionetes  ou  fantoches  nas  mãos  daqueles  cujos  objetivos  visam  na  continuidade  da  exploração  dos  recursos  do  solo  africano. 

O  desenvolvimento  do  Continente  Africano  tem  que  ser  planejado  por  filhos  do  solo  africano  (temos  recursos  humanos  suficientemente  treinados  para  essa  tarefa).  A  civilização  se  importa,  moda  se  importa,  cultura  e  tecnologia  podem  ser  importado,  mas  o  verdadeiro  desenvolvimento  econômico  não  se  importa.  África  tem  que  achar  o  seu  próprio  caminho  para  o  desenvolvimento  do  Continente,  seus  próprios  recursos  humanos,  materiais  e  financeiros  para  o  seu  desenvolvimento  socioeconômico.  Temos  estes  recursos  na  África,  o  que  falta  é  patriotismo  e  cooperação  entre  os  africanos  para  desenvolver  e  transformar  uma  agricultura  de  subsistência  (uma  agricultura  de  cultivo  primitivo)  em  uma  agricultura  mecanizada,  e  uma  agricultura  comercial  com  finalidade  de  fornecer  produtos  tropicais  para  suprir  as  necessidades  internas  e  comércio  externo  de  produtos  como  café,  cacau,  chá,  cana  de  açúcar,  amendoim,  seringais,  algodão,  entre  outros  produtos.  Embora,  os  países  africanos  não  fossem  grandes  produtores  de  bovino,  este  setor  poderia  ser  melhorado  para  acompanhar  a  criação  de  ovinos.  Nos  países  produtores  de  petróleo,  como  a  Nigéria,  a  agricultura  foi  seriamente  prejudicada  por  abandono  em  favor  de  comércio  ilegal  (tal  como  o  roubo  de  petróleo,  transporte  de  contrabando  e  contrafacção  e  roubo),  assim  prejudicando  as  atividades  comerciais  legitimas  e  o  mercado  internacional.  África  tem  plenas  condições  de  autodesenvolvimento  socioeconômico  e  industrial,  exceto  que  os  lideres  nacionais,  presidentes,  governadores  de  estado,  e  ministros,  caciques  de  partidos  governantes  e  políticos  (a  exemplo  da  Nigéria),  extremamente  corruptos,  os  quais  mergulharam  no  ofício  do  roubo  de  recursos  nacionais  e  desviar  centenas  de  bilhões  de  dólares  dos  cofres  do  Banco  Central,  civis  e  militares  se  revezando  para  roubar  e  saquear  a  suas  próprias  nações.  Essa  é  momento  para  que  a  África  tivesse  a  sua  voz  ouvida  uma  vez  mais  acerca  da  crise  financeira,  das  suas  guerras  endêmicas  e  das  suas  multidões  de  refugiados,  a  luta  pela  democracia  e  boa  governança,  o  saque  dos  seus  recursos  naturais. 

Se  as  nações  desenvolvidas  e  industrializadas  querem  fazer  algo  para  ajudar  no  desenvolvimento  do  Continente  Africano  e  incluí-lo  no  mundo  globalizado  e  neoliberalizado,  que  apoiem  e  abracem  a  causa  das  nações  africanas  uma  por  uma,  ajudando  através  das  leis  internacionais,  aprisionar  os  vilãos  da  África  e  levá-los  ao  julgamento,  devolver  o  dinheiro  roubado  e  guardado  nos  bancos  internacionais,  confiscar  seus  bens  pelas  atrocidades  cometidos,  especialmente  aquele  que  vivem  em  “bunkers”  (fortalezas)  e  acima  do  Governo  e  da  Constituição  Nacional. 

Tudo  que  desejamos  no  Continente  Africano  é  a  paz  entre  as  55  países  independentes,  sendo  49  continentais  e  6  insulares,  inclusive  4  províncias  (territórios  nacionais)  e  mais  de  10  territórios  estrangeiros. 

A  paz  essa  que  exige  no  contexto  socioeconômico  a  transformação  de  qualquer  ameaça  presente  ou  futuro  da  hegemonia  do  Continente  em  parcerias  pacíficas,  independente  das  diversidades  étnicas,  culturais  e  religiosas. 

A  originalidade  da  historia,  da  arte,  musica,  dança  e  ritos,  e  religião,  todos  inseridas  na  cultura  africana  já  não  é  o  mesmo  praticado  pelos  nossos  ancestrais.  A  inestimável  beleza  da  arte  e  cultura  do  povo  africano,  rica  e  admirada  pelo  mundo,  e  o  poder  da  magia  pura  do  espírito  sobrenatural  dos  ancestrais,  hoje  passou  a  ser  objeto  de  simples  comercialização,  ganância,  cobiça,  exploração  e  corrupção.  O  elemento  original  passou  a  ser  forjado,  e  o  puro  passou  a  ser  impuro.  Os  sacrifícios  já  não  são  feitos  como  anteriormente. 

O  elemento  da  impureza  cultural  em  parceria  com  a  corrupção  passou  a  ser  o  maior  problema  das  nações  africanas  frente  ao  desafio  do  conceito  moderno  de  desenvolvimento.  Faltou  o  dinamismo  na  cultura,  faltou  sinceridade  no  manuseio  e  contato  com  os  próprios  “deuses”,  e  por  isso  os  deuses  já  não  se  encontram  nos  santuários  e  tudo  que  se  faz  ai  são  meras  praticas  com  base  na  falsidade.  O  povo  africano  está  sendo  enganado  pelo  povo  africano  no  que  diz  respeito  adoração  e  ritos  aos  deuses,  e  o  povo  já  começa  a  ficar  confuso  e  desconfiado  em  relação  ao  trabalho  dos  sacerdotes  e  sacerdotisas.  Esses  mesmos  sacerdotes  sempre  foram  os  interpretes,  curadores  e  guardiões  das  mascaras  ancestrais,  e  o  misterioso  do  sobrenatural  e  o  poder  dos  deuses  estava  representados  nessas  mascaras,  há  séculos  guardados  nos  santuários  sagrados. 

Hoje  as  mascaras  que  representava  a  beleza,  o  poder,  o  misticismo  e  a  magia  da  verdadeira  cultura  Africana,  na  sua  maioria,  já  não  se  encontram  em  solos  africanos,  nos  santuários  localizados  nas  sagradas  florestas  proibidas,  as  mesmas  são  roubadas,  vendidas,  e  expostas  em  museus  internacionais  na  Europa  e  na  América  do  Norte.  Mais  uma  razão  para  crer  que  os  ritos  e  sacrifícios  executados  nos  santuários  são  feitos  em  vão,  pois  muitos  acreditam  que  os  deuses  africanos  migraram  ou  imigraram  para  outros  hemisférios.  O  que  ficou  e  sempre  esteve  presente  entre  as  tribos  africanas  é  aquele  chamado  pelos  Iorubas  (Nigéria)  de  “Olorun”,  os  Urhobos  (Nigéria)  de  “Osolobruwhe”,  os  Ibos  (Nigéria)  de  “Chineke”,  os  Fantis  (Gana)  de  “Nyame”,  os  Ewes  (Gana/Togo)  de  “Mawu”,  os  Zulus  (África  do  Sul)  de  “uMvelingquanzi  ou  Nkulunkulu”,  Angolanos  e  Congoleses  de  “Nzambi  Mpungu”,  os  Moçambicanos  de  “Muluku”;  o  povo  Ganda  (Uganda)  de  Katonda;  etc...  etc... 

É  o  momento  certo  para  parar  e  poupar  os  sacrifícios  de  qualquer  tipo  (animais  ou  humanos)  como  tem  sido  nos  terreiros  dos  deuses  e  santuários  africanos  há  mais  de  mil  anos,  sem  trazer  prosperidade  para  o  povo  africano,  e  se  isto  só  enriquece  uma  elite  ou  um  grupo  de  gentes  gananciosas,  então  tudo  não  passa  de  coisa  do  Satanás.  A  terra  mãe  e  os  ancestrais  africanos  (mesmo  porque  os  deuses  já  se  mudaram)  estão  irados  de  tanto  abusos  e  abominações  por  parte  de  sacerdotes,  sacerdotisas,  bruxos  e  bruxas,  feiticeiros,  políticos  corruptos,  falso  profetas  e  profetisas,  falsos  pregadores  e  pastores  do  Evangelho;  todos  os  quais  buscam  e  participam  de  magias  negras  para  se  enriquecer  as  custas  de  africanos  vulneráveis  e  pobres. 

A  maioria  da  população  africana  está  cansada  de  religião  ligada  a  uma  cultura  que  perdeu  o  brilho  e  beleza,  uma  cultura  que  se  tornou  vazio  e  sem  valor  intrínseco  cultural.  A  cultura  africana  está  marginalizada  e  fortemente  ligada  a  atos  perversos,  como  o  crime,  assassinatos  e  sacrifícios  humanos,  a  cima  de  tudo,  por  esquema  de  corrupção  sórdida  apoiada  por  entidades  Satânicas,  conhecidas  como  “Sociedades  Secretas  Fraternais”,  e  para  África  se  desenvolver  será  preciso  uma  mudança  cultural  dinâmica  que  acompanhe  a  evolução  socioeconômica  e  global  dentro  do  Continente. 

Cabem  aos  grandes  e  verdadeiros  evangelistas  do  Cristianismo,  entrar  neste  vasto  campo  aberto  para  pregar  nos  dialetos  dos  povos  tribais,  o  Deus  Supremo,  o  Deus  Onipotente,  Onipresente  e  Oniciente,  o  verdadeiro  Deus  Africano  e  Criador  do  Universo.  Pregar  o  Evangelho  de  Jesus  Cristo,  com  base  no  Sacrifício  Representativo,  que  trouxe  salvação  eterna  para  toda  humanidade,  sendo  suficiente  crê  no  filho,  Jesus  Cristo.  [I  Coríntios  15:3-4;  Romanos  5:1;  e  9:  18-19;  Hebreus  9:  22;  etc...] 

Os  deuses  ancestrais  se  mudaram  junto  com  as  mascaras  (roubadas  e  vendidas  aos  museus  Europeus  e  Americanos)  que  serviam  como  meio  de  comunicação  entre  os  espíritos  e  os  sacerdotes  tribais.  Os  santuários  que  abrigavam  espiritualmente  ou  serviam  de  moradia  para  os  deuses  foram  profanados  pelos  supostos  guardiões  da  cultura  e  da  religião.  O  que  existe  hoje  é  uma  religião  transformada  em  Sociedades  Ocultas  e  dominado  por  uma  minoria  menos  de  5%  da  população,  uma  elite  à  serviço  do  Satanás,  para  oprimir  e  empobrecer  os  mais  de  95%  da  população.  A  verdadeira  religião  hoje  tem  outro  sentido,  o  de  exploração,  praticar  bruxaria  e  magia  negra,  cobiça,  enriquecimento  a  todos  os  custos,  e  os  deuses  e  orixás  são  manipulados  para  essa  finalidade,  a  de  servir  o  Diabo.

Irmãs  e  irmãos  africanos,  este  é  o  momento  de  reagir.  Se  você  está  dormindo,  acorda;  se  está  deitado  levanta-se;  se  você  está  parado  comece  a  andar;  se  está  andando  comece  a  correr;  e  se  está  correndo,  então  comece  a  voar;  todos  numa  só  direção,  abrir  o  seu  coração  e  abraçar  a  salvação  que  está  no  Deus  Verdadeiro,  Aquele  que  sempre  esteve  presente  na  terra  desde  o  início  dos  tempos.