1. A relação entere homem e mulher na visão de Aristóteles, Russeau e Levina

 Aristoteles afirma que as mulheres eram exigidas virtudes diferentes, como castidade e o recato. No entanto, Aristóteles esforçava-se para a presentar argumentos que comprovassem no mínimo a inferioridade intelectual e moral das mulheres, sempre convicto de que o sexo feminino teria uma natureza invertida-passional e não racional. Ao falar da autoridade política, Aristóteles distingue duma forma evidente as obrigações entre homens iguais e entre homens desiguais, como senhor e escravos, homem, mulher, crianças e adultos, que neste âmbito uma relação de sujeição.

Rousseau fez apologia entre os seres humanos, entretanto, detalha a natureza femenina como fraca apropriada para a reprodução, mas não a vida pública, portanto, as mulheres devem ser educadas na reclusão sexual que legitima a paternidade. No entanto, Rousseau estava ciente que a inferioridade das mulheres é acto de naturza, sua condição de subordinação, portanto, é justificavel. ‟A mulher foi feita especialmente para agradar ao homem e ser subjugada, pois, anatureza assim quis ˮ(ROUSSEAU, 2004˸ 15)

No seu contato social, Rousseau não incluia as mulheres, alegando que as mesmas, são irracionais e carecem de autonomia. Na igualdade perfeita que Rousseau alegava na sua república ideal, na qual ninguém será servo de alguem ou inferior, as mulheres não faziam parte. Rousseau foi um pensador importante no projecto de propor papéis diferentes ao sexo, justificadas também em diferenças biológicas e naturais. Ora, segundo Rousseau, as mulheres segundo as suas caracteristicas próprias são aquelas que ‟orgulham-se dela, seus tenros músculos não oferecem resistência, elas dizem não poder carregar os mais leves fardos, e teriam vergonha de ser fortesˮ (ROUSSEAU, 2004˸ 415).

Porém, a ideia da natureza como base que promove a distinção entre os sexos e lhes confere lugares aparece em Rousseau como a justificativa para que ele atribua as mulheres as características como a fragilidade, timidez, doçura, sedução e efectividade. Segundo Rousseau, a submissão se justifica porque as mulheres deveriam ocupar o lugar natural de esposa que deve agradar.‟ A natureza, sendo sabia, conferiu as mulheres menos forças físicas, mais também maior habilidade em obedecer (…), é da ordem da natureza que a mulher obedeça ao homem ˮ (ROUSSEAU apud DERRIDA, 2002˸ 345). Pois, segundo Rousseau, a mulher deve ser doce e complacente. Para o autor essa doçura estaria associada a uma natureza distante das ciências e da vida intelectual e só seria preservada se a mulher mantivesse no seu lugar, qual seja, no ambiente doméstico.

O patético do amor consiste numa dualidade insuportavel entre os seres. É uma relação que sempre escapa (…) o patético da volúpia está no facto de serem dois. O outro enquanto outro não e aqui um objecto que se torna nosso ou que se torna nós. Ele se retira, ao contrário, no seu mistério. Esse do feminino - o feminino, o outro essencialmente – não se refere qualquer noção romático da mulher misteriosa ou desconhecida (LEVINAS, 2000˸ 77).

Neste contexto, na relação erótica, está em jogo uma especie de encontro impossivel, um desejo de fusão que nunca se realiza- e pelo facto de não se realizar, nota-se a diferença. Nesta linha de pensamento, o outro aparece como paradigma do encontro do outro como outro. No entanto, esse outro é feminino, porque a mulher – mais precisamente a amante da relação erótica – é a primeira figura da alteridade.

Para Levina, um encontro com um ser diferente, com uma alteridade pura que apresenta a marca de uma dualidade intransponivel. Neste âmbito, a diferença entre sexo vai ser pensado em Levinas desde as suas abordagens iniciais sobre o tema como a possibiliodade de pensar a realidade como múltipla, mas não como dual porque dualidade significa um todo preeexistente.

Ora, cabe salientar que os traços da mulher sublinhado por Levinas correspondem aos traços da mulher na tradição judáica. No entanto, Levinas resgata um dos ensinamento do Tamulde sobre a mulher na tradição Judáica e a firma que a casa é a mulher, pois, ele lembra que é a mulher é que torna a vida pública do homem possivel, neste âmbito, recuperando a tradição judáica afirma que, a mulher é responsavel pela vida espiritual, pela paz doméstica e por tudo aquilo que da suporte ao homem. ‟Sem a mulher, o homem não conheceria nada do que transforma a sua vida natural em éticaˮ (LEVINAS, 2000:50).

Levina na sua consepção de relação erótica, propõe o encontro entre homem mulher como o encontro com a própria diferença, com a impossibilidade de fusão, Eros como aquele que nos coloca diante da alteridade, Levina recusa a ideia de complementaridade, alegando que não passa duma palavra preguisosa que nos impede o debate sobre o que significa exatamente a imagem da mulher criada apartir da costela do Adão. 

2. A relação entre homem e mulher na sociedade moçambicana

Na nossa sociedade mocambicana, a relação entre homem mulher é vista duma forma diferente da visão aristotélica, Rousseau e Levinas. Segundo a visão aristotélica, a mulher deveria subordinar-se ao homem, porém, o que a sociedade moçambicana espelha é totalmente difernte. Até um certo ponto podemos afirmar que são os homens que se subordinam às mulheres, talvez poderiamos afirmar que é o manifesto da emacipação da mulher, mas essa emacipação se confunde com o femismo, o que significa a superioridade femenina. Ou seja, a superioridade da mulher sobre o homem fazendo equivalente ao machismo. Digo isto porque as atitudes opressoras e violentas das mulheres em Moçambique tem sido alarmantes nos últimos dias. Pois, quando se queima o marido com óleo quente da cozinha, então desvaloriza e humilha o homem, alias, o simples facto de monstrar uma atitude agressiva ao homem define o comportamento femista na mulher e não emacipação.

Assim como aristoteles, Rousseau afirma que a mulher foi feita para subornar e depender ao homem porque a natureza assim quis. Alias, amulher foi feita para respeitar e agradar ao homem, porém, esta concepção de Rousseau, entra também em contradição com a realidade mocambiçana, visto que a mulher moçambicana ao invés de agradar ao seu esposo incentiva o ódio e sentimento de vingança contra ele. Bem, é claro que não é abrangente, mas é o que se verfica com frequência na nossa sociedade.

No entanto, Levina a firma que a paz doméstica depende da mulher e não só, ela tem responsabilidade espiritual, portanto o suporte do homem depende dela. Mas o caso de moçambique é diferente, sobretudo na actualidade, pese embora alguns afirmem que em Moçambique as mulheres ainda são vistas como subordinadas e meros objectos de prazer para os namorados e os seus maridos.

Não obstante, no campo político, Moçmbique é elogiado por ter aumentado o número das mulheres dirigentes na esfera pública, no entanto, em moçambique verfica-se uma participação ajustada de género, onde as mulheres estão a tomar uma vida activa na economia e na vida política também. Um facto que contradiz a visão de Aristóteles e de Rousseau, visto que não incluia a mulher na vida pública, alegando que era irracional e que não tinha capacidades, ou seja, não tinha competências para decidir assuntos públicos. 

Bibliografia

DERRIDA, Jacques. A costela de Adão: diferenças sexuais, femenino e alteridade. 2ed., Porto, 2002.

RUSSEAU, Jacques. A origem da desigualdade entre os homens. 4ed., são Paulo, 2004.

LEVINAS, Manuel. O tempo e o outro. 2ed., São paulo,2000.