A lógica do instinto animal.

 

O mundo é só a relação de você.

Com você mesmo.

Não existe outra significação.

O mundo é apenas essa mediação.

Que é cruel pela sua natureza.

Entenda que você é seu único defensor.

Você não tem sentido para ninguém.

É como uma peça que se usa no automóvel.

 Ao terminar o tempo útil da peça.

Ela é totalmente descartada.

Transforma num entulho da natureza.

E você da sociedade.

Entenda isso, é o caminho para ser um pouco mais crítico.

Em relação a você mesmo.  

E ao Estado como teoria política.

 

Então todos nós somos peças.

Acontece que alguns dos nossos coirmãos.

São automóveis.

Conseguiu não serem peças por meio do Estado.

 Motivos de serem valorizados.

 Isso enquanto o automóvel tiver durabilidade.

 Será descartado por outro automóvel.

Então existem automóveis e peças de carros.

 As peças são inferiorizadas.

 

Individualmente o ser o humano não é ninguém.

 Na sociedade capitalista.

A vida humana.

Tem a mesma lógica de lobos no campo.

Nas savanas africanas.

Imagina um lobo velho doente esperando a morte.

Sem força para caçar.

Os jovens lobos caçam, mas sequer oferece ao velho lobo.

Um pedaço da caça.

Então o velho lobo morre doente passando fome.

 

Imagina agora.

Um pobre velho, mendigo catador de lixo.

Um pobre homem, sem família, vivendo debaixo de uma ponte.

Na cidade de São Paulo.

Sem dinheiro para comprar remédio.

 Ao lado da ponte, gente rica vivendo em belos apartamentos.

Com farta comida em casa.

Tratando bem gatos e cachorros.

Levando os mesmos ao veterinário.

 Comprando remédios caros para esses bichinhos.

Então o pobre velho mendigo morre doente.

Passando fome, frio, sem água, sem teto.

Pergunto existe alguma diferença em relação.

Ao velho animal abandonado por outros animais na floresta.

A resposta é natural, nenhuma diferença fundamental.

 

Nesse ponto que devo dar uma explicação científica.

 A vida originou de uma célula mater.

Da qual surgiram pela evolução todas as formas de vida.

Pelo mesmo mecanismo as diversidades de milhares de espécies.

Na  verdade todas as formas de vida na sua origem.

Foram protegidas pelo instinto, formatado no DNA.

Isso significa que o princípio do instinto é o mesmo.

Porque existe apenas um DNA.

O que faz a diferença de uma espécie em relação ao outra.

São variações e não o DNA, pelo fato de ser o mesmo.

O que desejo dizer que tudo de certa forma é igual.

Apesar das aparentes diferenças.

Com efeito, o instinto do lobo.

É tão igual ao instinto do homem.

Como de qualquer outro bicho.

O instinto pensa na defesa tão somente daquele organismo.

Essa é a lógica da sobrevivência.

 Quando o lobo caça, ele não pensa no outro lobo.

O instinto não deixa pensar.

Essa é exatamente a lógica.

 

Como todos os instintos são iguais.

Em qualquer animal.

Quando o homem pensa pelo desenvolvimento da linguagem.

Acontece um fenômeno interessante.

O qual devo descrevê-lo.

Refere especificamente ao instinto.

O homem desenvolveu a razão, mas a mesma não resultou com a finalidade de proteger a humanidade.

E sim o instinto individual de cada homem.

Para tal a razão teve que aprisionar o instinto.

Transformá-lo em normalidade.

Como algo civilizatório.

Aqui reside o cinismo do homem.

 Como se  uma espécie boa.

É tão igual ao lobo do mato.

É melhor confiar em alguém que pensa como escrevo.

Que aquele que finge ser bom.

 A ideologia da bondade.

É semelhante ao procedimento da maldade.

Tem como objetivo transformar em presa o ingênuo.

O idiota é mesmo para ser comido.

Mas muita gente inteligente é também devorada.

Porque a ação é socialmente coletiva.

Para tal objetivo o homem teve que inventar o Estado.

Não para o homem não ser o lobo do próprio homem.

Mas para o homem ser lobo do outro homem e ser normal à ação de ser lobo.

Então todos são lobos, a diferença que existem lobinhos e lobões.

Os lobões são os  verdadeiros devoradores dos lobinhos.

Agem coletivamente pela proteção do Estado, são falsos dissimulados apresentam como protetores dos lobinhos.

Então o Estado é uma invenção do crime, da discriminação.

O Estado dá fundamento de normalidade tudo o que é anormal.

A explicação é simples, a função do instinto é para dar o bem estar ao animal.

Qual é o bem estar para o lobo na savana, fazer sexo, comer a presa, tomar água e descansar.

O homem ao criar a linguagem o seu bem estar desapareceu  do mundo animal.

É um bem estar artificializado.

Comer bem, beber bem, transar sempre, ter um belo apartamento, empregada para cuidar, carros bonitos, andar de avião, poder ter um barco uma infinidade de coisas.

Com efeito, o bem estar humano é diferente de deitar debaixo de uma árvore.

Para ter tudo o que homem sonha, ele tem que tomar do outro homem, acumular riquezas.

 Como faz o lobo, tem que matar o cordeiro para realizar seu bem estar.

O homem tem que praticar a mesma lógica.

Matar o homem de forma metafórica, mas na prática mata mesmo, jogando o na marginalidade.

Então criou se o Estado e todos aqueles que apropriam de alguma forma institucional do Estado, tem como matar os outros homens que produzem todas as formas de bem estar.

Qualquer relação contrária a esse domínio é crime.

Um homem pode ter um belo carro de 200 mil reais.

A forma para ter esse carro, a pessoa participou de uma relação indevida coletiva para expropriar esse bem socialmente produzido por todos.

Isso de alguma maneira na relação da produção social do trabalho.

Então obteve aquele bem por intermédio do roubo.

Salários não pagos adequadamente pela força vendida.  

Se um homem individualmente roubar o carro.

Esse sim será condenado como criminoso.

Não estou defendendo nenhuma ação.

Apenas refletindo com a lógica do instinto.

Que foi transferida politicamente.

Para construção do Estado.

Pergunto como confiar na política.

Se a lógica do homem é essa descrita.

O próprio dominado tem na cabeça a lógica do instinto do dominador.

 Se invertesse tudo, o mendigo agiria de tal modo como agem o empresário.

 Exatamente por essa Análise que é muito difícil falar de humanismo.

Se realizasse pela Instituição o humanismo jogaria o homem na mesma lógica de instinto de um bicho que não tem a linguagem.

Esperar muito da política e sonhar com o mundo da ingenuidade.

Não estou justificando nada, apenas fazendo uma analise.

Talvez filosófica.

Interdisciplinar.

Mas como acreditar no artifício da cultura, no propósito da linguagem, quando o que move a qualquer espécie é a lógica do instinto.

 

 

 

Edjar Dias de Vasconcelos.