Se dermos crédito às previsões científicas dentro de muito pouco tempo teremos computadores capazes, não apenas de armazenar dados, mas pensar e sentir  como o ser humano ou melhor um super ser humano.  Super porque com a capacidade ilimitada de armazenar dados e informações poderia em pouquíssimo tempo superar todas as barreiras tecnológicas que levariam décadas para serem superadas por pesquisadores em laboratórios, mesmo sofisticados e com muitos recursos.

A nanotecnologia é ainda uma promessa, apesar dos seus significativos avanços, mas falta muito para entregar todas as promessas de inovação tecnológicas previstas. Por isso as máquinas com a capacidade de fazer as sinapses entre vários tipos de conhecimentos e dados transformaria o mundo, que se tornaria inimaginável para nós, reles mortais.

Mas como seria um mundo em que as máquinas como as impressoras 3D capazes de construir autonomamente máquinas (e os próprios computadores), casas, roupas, objetos, astronaves etc? Num mundo com tantas máquinas disponíveis a força de trabalho do ser humano passaria a ser desnecessária no sistema econômico (ou seria outro nome?). A agricultura, a pesca e a exploração de minas subterrâneas seriam atividades que as máquinas se encarregariam de resolver com mais eficiência do que nós.

Poderíamos ter guerras entre países ou seria irracionalmente destrutivo um conflito entre máquinas? Muito provavelmente o mundo seria uma única comunidade de máquinas inteligentes integradas sistemicamente para explorar os recursos aqui ou de outro planeta. Talvez a utopia marxista de uma sociedade sem classes e sem dinheiro pudesse enfim ser realizada sem sangrentas revoluções proletárias. A mobilidade, a saúde, a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente seriam problemas que poderiam ser resolvidos sem maiores problemas para as nossas criaturas-máquinas.

Entretanto, poderíamos ter um sério problema: o político. As máquinas inteligentes não se submeteriam aos ditames dos políticos e rapidamente dariam um fim neles. Mas isso teria um custo: os seres humanos passariam a viver num mundo controlado por máquinas extremamente poderosas e os relegariam a uma condição pré-histórica. Com o estado da arte em termos tecnológicos não haveria mais a necessidade de pensar, pesquisar. Seríamos menos do que os nossos antepassados coletores, vestidos e alimentados como animais domésticos. Como disse o ficcionista russo Isaac Asimov: as fábricas do futuro vão precisar  apenas de um homem e de um cão. O homem para alimentar o cão e o cão para não deixar os homens se aproximarem das máquinas.