INTRODUÇÃO

          A função que se estabelece diante do termo ou da expressão “a gente” corresponde pela substituição do pronome “nós” da terceira pessoa do plural do caso reto usado por grande parte entre pessoas não escolarizadas, e quando escolarizadas são afetadas por influências da linguagem regional ou local.
          O conflito emergente neste contexto refere-se ao emprego da palavra “a gente” em meio ao uso do pronome reto “nós” nas diversas situações da vida cotidiana. Tamanho conflito que aos poucos vem sendo estudado por especialistas, mestres e doutores com a finalidade de compreender o fenômeno mediante a linguagem.
          Sua dimensão pode-se afirmar que de fato ultrapassou barreiras e desafiou os limites do que se costuma ser habitual para a gramaticalidade, uma vez que, nem sempre esses fenômenos são barrados ou percebidos de maneira perspicaz pelos estudiosos.
          A expressão “a gente”, portanto, está impregnada aos teores da língua viva, da pequena região que muitos consideram inexistentes, do verdadeiro encontro entre o povo e a sua identidade, etc.


FUNDAMENTAÇÃO TEORICA


          Ao passar do tempo, inúmeros estudos foram realizados com o propósito de conhecer os diversos fenômenos existentes na linguagem, sobretudo, dos indivíduos que os falam. É neste contexto, que vários estudiosos buscam explicar utilizando vários recursos através de regras gramaticais e do meio social cotidiano de cada pessoa, o aparecimento do termo “a gente” como função de pronome reto da terceira pessoa do plural “nós” sendo o mesmo alvo de estudos recentes.
          Este fenômeno podendo assim denominá-lo desta maneira é protagonista de vários conflitos entre as classes sociais, principalmente entre as classes menos favorecidas, isto porque a predominância em que as pessoas os falam é extremamente rotineira. Esta afirmação é alvo significativamente de pessoas que não dominam um padrão gramatical com bastante ênfase, e mesmo os que dominam, a maioria tende a usá-lo de maneira incorreta, pois o que se observa são exatamente as influências advindas do convívio desta não escolaridade, que por sua vez perpetua em suas vidas.
          De acordo com a Revista GELNE citando Barros (2008, p.133), enfatiza a questão do “a gente” em relação à pronominação através de um objetivo amplo que consiste em “estudar a atuação desta forma em relação à concordância sujeito - predicativo”, isto é, a relação entre concordância e a expressão “a gente” de fato estão unidas através da língua como fator social e particular de cada pessoa as quais interagem cotidianamente.
          É importante compreender que esta terminologia esta sendo alvo de discussões em Congressos, onde pesquisadores tentam explanar convictamente sua dimensão e sua função dentro do processo lingüístico.
           Como a linguagem permeia em todos os ambientes, a expressão ou palavra “a gente” funciona como pronome e significa dizer que está em todos os lugares. É por esta razão e outras, que discussões sobre a utilização desta palavra “a gente” é tão nerente.
          A termologia desta palavra permite-nos refletir sobre alguns aspectos, tais como a escolaridade e com ela a região; a gramática sobre a visão de regras; e as variações que por sua vez estão inseridas entre escolaridade – região e regras gramaticais.
          A principio refletiremos o aspecto da escolaridade com base na região. A escolaridade é a marca do indivíduo quando este mesmo individuo quer crescer no campo profissional.      Ocorre que neste âmbito, a escolaridade não parece surtir muito efeito, pois se tratando da região em que este mesmo individuo se encontra pode não ser tão prazeroso, isto é, a região de certa forma interfere na escolaridade que termina conflitando a linguagem.
          É na região, precisamente no espaço rural, que a desenvoltura da palavra “a gente” é mais fluente, pois sua cultura (da população) permite que este tipo de acontecimento flua com precisão no meio social, permitindo que o pronome nós perca sua função possibilitando que a palavra ou expressão “a gente” seja coadjuvante deste meio.
          O segundo aspecto é o uso de regras gramaticais. Estas regras de fato servem para condenar toda uma linguagem não-padrão, inclusive os fenômenos lingüísticos detectados por pesquisadores. São estas regras que muitas vezes dificultam que possamos viver ou conviver com uma língua “viva”, sem ter medo de errar, e poder mostrar nossa identidade por meio das palavras simplórias sem que haja nenhum preconceito em relação a esta demanda.
          A gramática é por si só muito bem elaborada, contudo, as visões padronizadas das regras possibilitam conflitos, pois mesmo sabendo da existência destas regras ninguém as falam, e por isso adotam uma linguagem mais plausível do cotidiano permitindo a existência dos fenômenos lingüísticos.
          A terceira reflexão consiste no contexto das variações lingüísticas. Se não falamos as regras estabelecidas pela gramática, saímos então do padrão considerado “corretíssimo”, e com isso, permitamos que os vícios lingüísticos apoderem-se deste meio.
          Na verdade, sem dominação deste padrão, existe a possibilidade de falarmos sempre a palavra “a gente” com mais vivacidade do que mesmo o pronome reto “nós”, isto porque, faz parte do convívio social de uma determinada comunidade, principalmente, quando esta comunidade é existente no espaço rural.
          Uma problematicidade consiste na confusão que sempre se faz em relação ao seu emprego, isto é, como utilizar a expressão “a gente” de maneira “correta” sem fugir dos padrões de concordâncias.
          Vejamos os exemplos mais simples falados por inúmeras pessoas:
1. A gente fomos ao parque.
2. Nós foi ao cinema.
(Fonte: Observações dos fenômenos lingüísticos numa cidade de Pernambuco)
          Notamos que diante destes dois exemplos, as pessoas não se preocupam com a relação entre plural e singular mediante a sujeitividade.
          No exemplo um (1), nitidamente “a gente” parece combinar perfeitamente com o verbo – fomos, isto porque, a maioria das pessoas tem em seu saber que, “a gente” é ideia precursora de pluralidade, isto é, indica mais de um elemento diante de uma conversa, por isso, há uma relação recíproca entre os termos.
          No exemplo dois (2), pode-se observar que a expressividade e a relação entre plural e singular parte de uma teimosia existencial de não aceitar que – foi, é algo particular, e que não se admite compartilhamento.
          Diante deste paradoxo, vê-se que a ideia central para a expressão “a gente” segundo a gramática é de cunho singular, e para um individuo que não conhece claramente (independentemente se é ou não escolarizado) as regras, não aceitam de maneira alguma que não há combinação entre singular e plural como mostra perfeitamente no caso de numero um (1).
          Se então utilizarmos as formas corretas obedecendo às concordâncias entre os fatores já expressos, teremos:
1. A gente foi ao parque.
2. Nós fomos ao cinema.
          Isto significa dizer que, a aceitação das formas corretas parece distante da realidade, embora, apenas precisasse de uma atenção assídua dos casos de uso entre plural e singular.
          Ocorre que, se a atenção fosse fidedigna apenas necessitaríamos trocarmos os verbos das respectivas frases, ou melhor, dos respectivos casos entre “a gente” e “nós” para obtermos a combinação desejada.
          Na verdade, a predominância destes aspectos mostra apenas o uso particular de cada povo, e por isso, a não combinação faz parte do contexto social voltado à realidade de cada comunidade, de cada pessoa ou mesmo de cada língua.


METODOLOGIA


          A metodologia aplicada para construção deste Artigo Cientifico é com base em observações na comunicação de algumas comunidades comprovadas por fatos sociais, e também de pesquisa bibliográfica realizada pela Revista GELNE.
          A pesquisa foi construída entre vários dias com o propósito de compreender sua dimensão.
          Metodologicamente, houve muito cuidado em relação aos fatos abordados para não tornarem-se “falsos” diante do meio lingüístico.



CONSIDERAÇÕES FINAIS


          Compreender a função do pronome pessoal do caso reto, principalmente, o que corresponde a 3ª pessoa do plural – “nós” é sem duvida complexo, e mais complexo ainda é compreender a função da expressão “a gente” quando este é voltado para o pronome “nós”.
          Vê-se que ambos (a gente - nós) são verdadeiros fatores/ fenômenos que não se separam, embora provoquem dúvidas a cerca de seu uso.
          Esses fatores fenomenológicos são vivenciados por pessoas simplórias que usufrui de uma linguagem cotidiana e rotineira, isto é, não se preocupam com as regras gramaticais e nem tão pouco com as concordâncias nominais ou verbais, mas que estão evidentemente “protegidas” pelas variações lingüísticas.
          As expressões usadas pelas pessoas são explicadas pelos fatores sociais do dia-a-dia, e nesta circunstância não necessita de “aulas prontas”.
          Em fim, o uso tanto de um (a gente) quanto do outro (nós) são bases de mais esclarecimentos que fica em responsabilidade de pesquisadores lingüísticos para nortear os princípios que regem os fenômenos da língua considerados “livres”.


REFERÊNCIA


GELNE. Grupo de Estudos Lingüísticos do Nordeste. Resumos. Revista GELNE: Maceió, 2008.