WERNER S. LEBER 

Meditação Primeira (das coisas que podem ser postas em dúvida)  

Alerto-vos de que As Meditações (escritas em 1641) conectam-se de modo medular com o Discurso do Método, (escrito em 1637).

  1. Descartes quer estabelecer algo de firme e forte nas ciências; para tal, precisa se desfazer das falsas opiniões. Descartes nos diz que está a busca de um novo começo e pôr tudo em dúvida foi o trilho que escolheu.[1]
  2. O menor traço de dúvida o leva a rejeitar tudo; só o que for claro e distinto deverá permanecer. Esse já era o programa do Discurso do Método e que ele novamente retoma aqui. 3. Tudo que aprendeu veio dos sentidos, e que Descartes agora sabe ser muito duvidoso neles confiar – não devemos nos “[...] fiar em quem já nos enganou uma vez” (1983, p. 86).
  3. Surge uma exceção, e essa exceção é uma concessão que Descartes faz aos sentidos. As partes 4, 5, 6, 7 e 8 da Meditação Um ele se põe a escrever sobre os sentidos (às vezes diretamente e às vezes indiretamente) e do que eles revelam de verdadeiro e o que não. Engraçado não é? Sempre fala-se que Descartes desprezou os sentidos!!! É o que se lê em comentários basilares para o Ensino Médio como, por exemplo, o da Marilena Chauí (Convite à filosofia), ou então Maria Pires Martins e Maria Arruda Aranha (Filosofando). Qual é a questão dos sentidos então? Os sentidos enganam em relação a coisas muito distantes, como a torre de uma igreja que parece ser redonda se vista a grande distância e é, se vista de perto, quadrada. Mas coisas muito próximas, como o papel que tem em mãos, a roupa que está a usar, que está sentado junto ao fogo (o próprio Descartes dá esses exemplos) disso não se poderia duvidar, indica ele por meio de explicações sinuosas.[2] Não duvidar disso por quê? Descartes não o responde de modo enfático. Supõe que tenha deixado claro aos leitores. Apenas responde perguntando: “E como poderia eu negar que estas mãos e este corpo sejam meus?[3]. Então, coisas óbvias, objetos reais como mesas, rios, árvores, livros e etc....não podem ser vistos como não-existentes. Descartes não é insano a ponto de querer negar coisas tão cotidianamente óbvias. Afinal, objetos naturais são objetos naturais e ponto final.
  4. Mas, e o sonho? A conversa continua e acho que ele explica um pouco esse problema. Descartes nos diz que em sonhos nos podem sobrevir ideias de coisas variadas sem que essas coisas variadas existam realmente. Mas a diferença é que essas coisas do sonho, logo que acordamos, descobrimos que são falsas.
  5. Se adormecidos sonhamos com coisas que depois se mostram falsas, isso não nos deveria levar a crer que não há objetos reais que identificamos com os sentidos. Assim escreve ele: “Todavia, é preciso ao menos confessar que as coisas que nos são representadas durante o sono são como quadros e pinturas, que não podem ser formadas senão à semelhança de algo real e verdadeiro [...]”. Descartes, assim, admite que há objetos naturais que percebemos de modo sensível e que dificilmente poderiam ser negados.
  6. Então, a natureza corpórea não pode ser negada, embora nos enganemos facilmente a respeito da composição dela. As coisas são então simples e complexas. Objetos como torres, roupas, cavalos, e sei eu o que mais, seriam complexos porque posso identificá-los sem, no entanto, ter certeza completa a respeito dela. Um cavalo, se avistado ao longe, poderia ser um búfalo ou um touro. Afinal, são objetos de mesmo tamanho que a distância poderia produzir enganos. São de composição complexa, na linguagem de Descartes. Uma torre de igreja pode ser redonda a distância, mas quadrada quando se está a vê-la a algumas dezenas de metros dos olhos.
  7. Das coisas simples não pode-se duvidar. O que são coisas simples? A Aritmética e a Geometria. Elas não têm corpo e nem se baseiam em objetos existentes na natureza. Estaríamos então certos se disséssemos que, segundo Descartes, as coisas simples são aquelas que não tem grau de parentesco com objetos naturais? Por que vejam, dormindo ou acordado, Dois mais Três são sempre Cinco (2+3=5), como também um quadrado terá sempre 4 lados. No fundo, a meu ver, Descartes não está interessado em sonhos. Toda essa conversa não passa de um enredo para chegar à aritmética e à geometria, que fundam seus conceitos sem precisar se remeter a um objeto sensível ou natural. É a abstração que Descartes quer; ela sustentará seu projeto é será a partir dela e em cima dela, embora faça algumas concessões ao sentidos, como vimos, que Descartes escreve suas meditações metafísicas. E quando falar de Deus, como a seguir, também apenas o fará na perspectiva da geometria e da aritmética. Pois, terá mais certeza da verdade matemática e geométrica que da existência de um Deus.
  8. Deus entra no jogo. Mas e se Deus quisesse que ele, Descartes, se enganasse cada vez que descobrisse que 2 mais 3 são cinco? Começa aqui a surgir a hipótese do Deus enganador que Descartes, mais adiante, chamará gênio maligno. Quem pode assegurar que de fato as coisas são o que se vê, pergunta Descartes? Como sabe que Deus não quer que ele se engane cada vez que vê coisas das quais tem certeza absoluta? Então Descartes se sai com aquela “pode ser que Deus não queira que eu me engane....que Deus não quer que eu me decepcione....”. No fundo, em minha opinião, Descartes também não está interessado tanto em Deus, a não ser um Deus que justifique a sua aritmética e a sua geometria, a sua fundação racional que toma como princípio juízos abstratos em que apenas conceitos geométricos se mostram verdadeiros e indubitáveis.
  9. Outra vez um caminho desviante. Descartes fala de Deus, mas diz que tudo é incerto. Diz então “e se Deus fosse uma fábula?” Se sai outra vez com o argumento da imperfeição, pois se engana-se, é imperfeito, porém não esclarece o que Deus tem a ver com isso diretamente. Supomos aqui o que já disse no Discurso do Método. É evasivo....esguio...Apenas supõem que deva acreditar que há um criador, alguém poderoso que fez todas as coisas que agora vê. Precisa interromper essa linha de raciocínio, nos diz, e vai ao ponto 11.
  10. Diz agora é mais sensato (ele tem mais razão em acreditar que negar) crer nas coisas antes mencionadas que negá-las. Ainda assim lembra que as velhas opiniões estão tão fortemente arraigadas em sua mente que não tem como não lembrar delas constantemente. Depois de dizer várias coisas aparentemente apenas por retórica, Descartes conclui essa parte dizendo que se trata “somente de meditar e conhecer”.
  11. Começa supondo que não há mais um verdadeiro Deus, mas um gênio ardiloso, maligno, que emprega toda a sua astúcia em enganá-lo. (Aristóteles diria, toda “perícia”). As coisas exteriores, aquelas que os sentidos detectam, podem, assim, ser apenas um véu, um truque usado por esse gênio maligno para enganá-lo, para fazer com que creia em ilusões e esteja permanentemente enganado.

E aqui vem a resposta cartesiana: se por esse meio eu não posso chegar à verdade procurada, posso, pelo menos, suspender meus juízos, nos informa Descartes. O que isso quer dizer? Se eu estiver certo, a questão central outra vez não é Deus, mas a certeza de razão, o emprego da razoabilidade racional que suspende esses juízos a respeito da hipótese do tal gênio maligno, isto é, afastar a falsidade.[4] Então, se me engano, algo de verdadeiro permanece: não é possível duvidar sem pensar. Essa é a velha tábua cartesiana, aqui pressuposta. Mas há outra razão, creio eu. Se um gênio ardiloso e maligno quer enganar Descartes e fazê-lo crer (ou ver) em coisas inexistentes, como saber que tudo isso que agora é visto como engano, não seja também, por si só, um engano? Por que se posso duvidar da existência de um Deus poderoso que tudo criou, posso igualmente crer que é falso aquilo que o gênio maligno quer me fazer crer. Por que a mesma hipótese do engano não pode ser aplicada à hipótese da existência do gênio maligno ou das falsidades que o gênio maligno quer me fazer ver e crer. Essa é também a linha de raciocínio que Descartes segue. Mas na suspensão do juízo, na mudança de tática racional está a saída que Descartes aponta.

  1. Vejam, Descartes encerra essa parte dizendo algo muito indicativo, que cito: “[...] assim eu reincido insensivelmente por mim mesmo em minhas antigas opiniões e evito despertar dessa sonolência, de medo de que as vigílias laboriosas que se sucederiam à minha tranquilidade de tal repouso, em vez de me propiciarem alguma luz ou alguma clareza no conhecimento da verdade, não fossem suficientes para esclarecer as trevas das dificuldades que acabam de ser agitadas[5].

O que deduzir ou induzir? Se eu tiver alguma razão, essas palavras finais deixam outra vez claro o objetivo de Descartes: sustentar a existência de algo firme, forte, seguro, da qual a razão de per si mesma, é a fonte e a resposta. Vejam que essa parte final Descartes é enfático em dizer que buscando luz....esse jogo luz e trevas é um anúncio das certezas que pretende estatuir. Cuidem e leiam bem esse final também.

Meditação Segunda

Da natureza do Espírito Humano; como Ele é mais fácil de conhecer do que o corpo.  

Não quero mais me alongar com repetições, mesmo sendo Descartes incessantemente repetitivo e metódico. Não posso fazer mais do selecionar alguns pontos e adentrar a alguns detalhes da Segunda Meditação, que é, a meu ver, mas incisiva que a primeira. Descartes expõe sua opinião segundo a qual, conforme ele, “se pode conhecer melhor a mente que o corpo”. Essa será a tônica, ou seja, o pressuposto basilar que Descartes manterá ao longo do percurso desta sua Meditação 2.  Na parte 4 volta uma velha máxima: dizer “eu sou, eu existo” é frase sempre verdadeira cada vez que é enunciada ou proclamada (anunciada). Mas isso não diz ainda “o que sou”, nos informa Descartes. Quem sou é, desta feita, diferente de “o que sou”. Dizer que sou um ser humano, um bípede, um ser racional e tão somente o mesmo que dizer que um cavalo é um quadrúpede e irracional. É só descrever objetos sensíveis. Mas Descartes quer outra coisa e segue seu caminho torto, com uma linguagem sempre evasiva, exigindo do leitor um grau de abstração matemático. Essa é questão central: “saber o que sou”. Essa seria a coisa mais evidente, o conhecimento mais evidente de todos que ele trouxe até agora. Mas como chegar lá?  O enredo é o mesmo, “as coisas falsas aprendidas antes”, “que tudo é tão duvidoso que nem mesmo se pode dizer que há algo de certo no mundo” (final do ponto três), “que Arquimedes encontrou algo indubitável” (final do ponto 2)....que isso e que aquele outro e etc...sempre repetindo uma série de coisas já ditas e reditas. Descartes cita agora Arquimedes porque isso vai ao encontro da Geometria e da Aritmética que usa como critério. Na parte 3 Descartes agora menciona a alma. No ponto 4 da Meditação Segunda, Descartes nos diz que é “capaz de produzi-los por mim mesmo”. O quê?  Ele está falando, nesse caso, de um Deus ou potência que lhe posso trazer ideias seguras, indubitáveis, como ele quer.  Mas essas ele pode por si mesmo buscar. Não precisa de Deus. Eis a inversão da filosofia moderna: Deus só fará sentido se na razão se puder encontrar um ponto mediânico para aceitar tal presença. Deus agora é mais uma questão de geometria que de fé e religião. Desconfio vez mais que Descartes não está interessado nem em sonhos e nem em Deus seriamente. Ele está interessado, isso sim, em “fundacionar” a razão como substância pensante que resiste a todas as dúvidas e a todas as tentações, sejam as de um gênio maligno ou mesmo dos céticos. E vota toda ladainha dos sentidos...de alguém muito poderoso que possa enganá-lo...de se o corpo é um não importante e por aí vai. Nada de novo. Na parte 5 nos diz que não sabe o que ele é, mas está certo de ele é alguma coisa. Precisa agora cuidar para não definir a si mesmo algo que ele não é. Esse cuidado é o mais extremo desta Meditação Segunda. Vejam no ponto 6, ela repete toda questão dos sentidos, ser um homem, ter rosto, ser racional, ter braços e relacionava tudo à alma. Mas não pensava seriamente o que seria “alma”. Aqui está a alma. Ela é o tema central. Quero agora acrescentar um comentário, que considero justo e que mostra toda a dificuldade de Descartes em se dirigir às coisas materiais e espirituais. Cito-o para mostrar a vocês estudantes o quanto é difícil interpretar um autor sobre quem até mesmo os maiores especialistas não têm ideias tão persuasivas e cabais sobre o que Descartes realmente pretendia. Isso se deve ao fato de Descartes não estar a escrever a um público especializado e nem instruindo Discípulos. Descartes, como jesuíta que era, está se confessando sobre os demônios que atormentam seu interior. Descartes está em luta, antes consigo que com os outros. Vai assim o comentário do especialista: 

Descartes está descrevendo para si mesmo, suas crenças incompatíveis. Quando considera a ideia do poder de Deus, ele acredita que esse deus poderia enganá-lo sobre qualquer proposição, por mais evidente que seja; porém. Quando contempla tal proposição (por exemplo, “dois mais três igual a cinco”), tem certeza de que não poderia ser enganado a respeito dela por Deus algum, por mais poderoso que fosse. O que temos aqui é um tipo de conflito interior: não alguém ao mesmo tempo dividido entre duas visões opostas, mas alguém que está totalmente comprometido com cada uma das visões opostas, ainda que em momentos diferentes e em situações que ele mesmo é capaz de distinguir.[6] 

No ponto 7 volta o gênio maligno....mas só de raspão. Também ele já não interessa mais tanto.. A alma é o problema agora: “o pensamento é um atributo que me pertence” diz Descartes em certa passagem no ponto 7. Isso é muito indicativo. Já sabemos agora onde ele quer chegar, mas sigamos Descartes ainda um pouco mais.  Mais no final vem a palavra definitiva: Sou “uma coisa que pensa”. Assim, mesmo não sendo olhos, músculos, membros, vapor, esse corpo, sou algo, conclui nosso autor. O ponto 8 é um repeteco de coisas já antes ditas, como a imaginação que ele faz de si mesmo pelos sentidos. O ponto 9 é decisivo. Descartes ataca agora de modo firme, que eu traduzo assim: “ser e pensar”, sou uma coisa que pensa, nos diz nosso francês. Mesmo que eu imagine coisas inexistentes, esse imaginar faz parte de meu pensamento, diz. Todos os pontos seguintes, do 10 ao 18 insistirá na distinção entre corporeidade e mente, ou espírito (alma) e coisa sensível. Descartes dá chance aos sentidos (início do ponto 10) para logo em seguida apontar a superioridade da razão (espírito, alma) em relação a eles...verifiquem...!! Depois vai elencando uma série de situações (pontos 11 e 12) que dizem respeito ao senso comum de quem acredita nas coisas naturais e corpóreas ou de quem acredita que as coisas sensíveis são mais evidentes que a alma (ratio). Descartes mesmo finge se espantar que coisas tão próximas, como os objetos naturais, não são por ele ditas como seguras; acha engraçado que quer fundar sua nova regra em algo distante e difícil de aceitar, como a existência de uma alma que revela, enfim “o que sou”. Na parte 12, porém surge um elemento bem importante: o entendimento. Conhecer é entender e não descrever tecnicamente. Descartes fala da cera que pode receber infinitas formas...e que essas formas não dependem da sua imaginação. Essas formas podem transformar a cera sem que ela deixe de ser algo. Aqui Descartes introduz o entendimento em oposição à imaginação. Pois a cera é sempre a mesma, mesmo depois de modificada pelo fogo....Descartes nos diz algo aqui é bem....bem importante: existe algo de metafísico, de não perceptível pelos sentidos e que mantém a cera, mesmo depois de extinta pelo fogo, como cera. Atentem para o final da parte 13. Ali Descartes é enfático em afirmar que os sentidos não conseguem dar conta das questões de entendimento. Seria então assim: imaginação e conhecimento, são questões que se ligam aos sentidos. Mas entendimento, é uma categoria que se liga à metafísica, ao espírito, à alma. A maneira como concebemos esse entendimento não é “um tatear; nem uma visão”, mas “uma inspeção do espírito” nos informa nosso autor. Cuidado com essa passagem.

Na parte 14 Descartes insinua que ver com o espírito é em grau muito mais profundo que ver com os olhos. Pelo espírito estabeleço juízos sobre aquilo que acredito ver com os olhos, diz nos Descartes. Na parte 15 (seria ponto 15) essa situação continua a ser por ele comentada. Mas Descartes agora introduz um outro pressuposto: o espírito humano. Seria esse “espírito humano” que nos torna diferentes e capazes de estabelecer juízos. Fala que “ver com os sentidos” é coisa de vulgo, de senso comum....Diz que não devemos zombar ou ridicularizar o senso comum, mas ele, a meu ver, faz exatamente isso. Ponto 16: se penso, sou alguma coisa, mesmo que me engane a respeito dos objetos, no caso, a respeito da cera. O que ele diz da cera pode ser aplicado a qualquer outro objeto exterior à mente. Que regra essa meus alunos? Eu respondo assim: “eu sou capaz de estabelecer entendimento porque penso; e mesmo que me engane a respeito do que pensei e julguei, julgar é pensar é uma propriedade, uma substância que me pertence muy claramente. E não é possível estabelecer juízos e entendimentos sem ser alguma coisa: sem ser uma substância que é, em si mesma, puro pensamento”. O espírito é capaz de saber em uma profundidade que os sentidos nunca podem alcançar (ponto 17). Ponto 18: o espírito é muito mais fácil de ser conhecido do que as coisas. Pois só conhecemos as coisas por meio do entendimento (da categoria Pensamento) que está em nossa alma, (que aqui pode ser razão ou espírito).   

REFERÊNCIAS.

DESCARTES, René. Meditações Metafísicas. Introdução e notas de Homero Santiago. Tradução de Maria de Almeida Prado Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2011, p. 29-134.

DESCARTES, René. Meditações. Tradução de J. Guinsburg e Bento Prado Junior. 3ª Edição. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 79-142.

GOMBAY, André. Descartes. Tradução de Lia Levy. Porto Alegre: Artmed, 2009.

[1] Existem muitas traduções para o português deste texto. Indico as duas versões que escolhi para as observações de estudo que acima seguem. A primeira vem da conhecida coleção “Os pensadores”. Portanto: DESCARTES, René. Meditações (1983). Tradução de J. Guinsburg e Bento Prado Junior. 3ª Edição. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 79-142. (Coleção: Os Pensadores: Meditação 1 e 2, páginas 85-98). A segunda referência é: DESCARTES, René. Meditações Metafísicas (2011). Introdução e notas de Homero Santiago. Tradução de Maria de Almeida Prado Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2011, p. 29-134. (No caso das Meditações 1 e 2, encontram-se às páginas 29 a 55 do texto citado).

[2] Cf., DESCARTES, 2011, p. 31-33.

[3] DESCARTES, 1983, p. 86.

[4] Em lógica se diria que aqui estamos nos 50% para cada lado: admitir o gênio maligno está amarrado à mesma perspectiva que nos leva a supor um Deus poderoso. Então, 50% para cada um dos lados pois esses argumentos, em si, não são aritméticos e, portanto, não podem ser medidos pela lógica estritamente analítica. Só podem ser considerados argumentos fracos ou fortes.

[5] 1983, op. cit., p. 89.

[6] GOMBAY, p. 45.