Agora que sinto a vossa memória.

 Que entendo o seu olhar.

Acepção dialética do devir histórico.

 Formalizo   o vosso destino.

 Compreendo o seu caminho.

A diacronicidade de sua linguagem.

E sei de sua escolha.

Agora que posso comparar.

Refletindo o passado e sinalizando o futuro.

Não busco nada além da percepção.

Muito menos a moral deontológica.

Sei o caminho predestinado.

Não separas os vossos sonhos.

 De desejos inexauríveis.

Agora que posso dizer do seu encantamento.

Então vejo o brilho da luz.

A morfologia do rancor.

Sei de que é feito a ilusão.

Não me compreendas  no passado.

Descrito a imaginação.

Então eu sei.

Por ande passei.

 Exatamente o tamanho dos trilhos.

As pedras sobre as quais tive que pisar.

À distância para caminhar.

As montanhas rodeadas.

No alto apenas os sonhos.

Portanto, não pense.

O que poderei ser.

As superações indeléveis.   

O desvelamento aleteico.

A substancialidade da vontade.

O que significa o ens realissimum.

A intuição absoluta. 

Acidente casual a vossa destinação.

O que significa tudo isso.

A não ser o alético mundo.

Comparações imponderáveis.

Akrasia helênica.

Ao tempo distante.

Da vossa historicidade.

 O que devo dizer apenas.

Um olhar pesaroso e melancólico.

Como despedida idiossincrática.

O último dos sinais.

Entretanto, tudo seria diferente.

Se a vossa sabedoria fosse uma antítese.

A priori da sintaxe lexicológica.

Na estruturação da vossa linguagem.

Desse modo sua memória.

Não seria destrutiva.

Compreenderia os antagonismos.

Evitaria a exclusão dos fundamentos.

Arbítrio arquétipo da arché.

Compreendas, com efeito, vossos desejos.

A recordação impossível dos tempos.

Edjar Dias de Vasconcelos.