A COMUNIDADE DE FORDLÂNDIA

Por Djalmira Sá Almeida | 17/09/2011 | História

ORIGEM E EVOLUÇÃO DA COMUNIDADE DE FORDLÂNDIA
Acadêmico: Lindomar
Orientadora: Djalmira
Instituição: Faculdade de Itaituba-Pará.

O principal objetivo deste estudo é de verificar como ocorreu a origem e a evolução da comunidade de Fordlandia, levando-se em consideração as bibliografias já existentes que tratam do assunto, e com base também, em relatos de moradores contam sua história; e tal proposta foi cumprida no momento em que se constatou como a comunidade surgiu e como ela evoluiu ao longo dos tempos.
A concessão de Ford denominada "Fordlândia" ficava à margem direita do rio Cupary, indo rio acima até 12 km da margem esquerda do rio Tapacurá a aproximadamente 115 milhas de Santarém entre os municípios de Aveiro e Itaituba, na localidade conhecida como Boa Vista que, segundo os moradores antigos, constituí-se propriedade da família Franco, cujos descendentes ainda residem na região.
A motivação para a escolha desse tema foi à necessidade de contribuir com mais uma fonte histórica sobre a comunidade, a partir do contexto de cidadãos comuns.
Utilizaram-se como Procedimentos Metodológicos a pesquisa bibliográfica, onde teve-se acesso a literatura, principalmente da comunidade de Fordlândia, e a Pesquisa Exploratória onde distribuiu-se questionários a moradores mais antigos e lideranças atuais da comunidade a fim e levantar dados sobre a historia do Vilarejo.
Esta Monografia está constituída de 3 (três) capítulos: O primeiro capítulo busca embasamento teórico sobre como a história local e qual sua importância para o ensino da história. O segundo capítulo fará um levantamento bibliográfico sobre trabalhos acadêmicos que contem a história de Fordlância assim demonstrara a visão de três autores diferentes ao comentarem a história do vilarejo. Por fim o terceiro capítulo trará o resultado da pesquisa exploratória demonstrando uma visão atual da situação, além de perspectivas que os moradores possuem com relação ao futuro da Vila Ford.
1 - HISTÓRIA LOCAL E ENSINO DA HISTÓRIA

1.1 ? CONTEXTUALIZAÇÃO LOCAL

Dentro da disciplina de História, o conteúdo relacionado à história local é um dos principais problemas no ensino da mesma. As obras sobre história local reportam-se aos fatos das pequenas localidades, escritas por pessoas de diferentes segmentos sociais. Esse fato tem provocado várias críticas é até certo descaso. Atualmente, na produção historiográfica local algumas obras indicam novo enfoque, motivado, principalmente, pelo interesse pela história social. A valorização da história local pelos historiadores teve reflexos nas propostas Curriculares Nacionais, para o ensino fundamental (1997-1998) e para o ensino médio (1999), norteando as atividades relacionadas com o estudo do meio e da localidade.
No entanto, uma supervalorização dessa perspectiva de ensino também foi alimentada, provocando a ilusão de que a realidade imediata é a única e importante fonte de motivação do conhecimento. Essa exposição advém muito mais de elaborações de senso comum e da transposição mecânica de teorias de aprendizagem de reflexões e relações com conteúdos específicos da história. Algumas questões precisam ser consideradas ao propor o uso da história local no ensino da História.
Em primeiro lugar, é importante observar que uma realidade local não contém em si mesma, a chave de sua própria explicação, pois, os problemas culturais, políticos, econômicos e sociais de uma localidade, têm base em outras localidades e outros países.
Portanto, a proposta do ensino da história como indicador da construção de identidade tem marcos de referência que podem ser conhecidos como o local, o nacional, o latino-americano, o ocidental e o mundial. A história local traz uma maneira de pensar e fazer a história representando uma estratégia de aprendizagem, podendo garantir uma melhor apropriação do conhecimento histórico.



1.1 ? A IMPORTÂNCIA DOCUMENTAL PARA O ENSINO DE HISTÓRIA.

No ensino da história, a palavra documento suscita pelo menos duas interpretações. Na primeira, ele pode ser identificado com o material usado para fins didáticos, como livros didáticos, mapa histórico e filme com objetivos educacionais. A característica principal desse conjunto de material é a sua finalidade didática ser preestabelecida desde sua produção. Nessa condição, eles podem ser designados como suporte informativo. Na segunda interpretação documento quer dizer fonte, isto é, fragmento ou indícios de situação já vividas, passíveis de serem exploradas pelo historiador.
A história se faz com documentos escritos, sem dúvida, quando eles existem. Mas ela pode ser feita, ela deve ser feita com tudo o que a engenhosidade do historiador lhe permitir. (SCHMIDT e CAINELLI 2004:90)

O conteúdo de história deve ser apresentado com uma pluralidade e com discursos narrativos, descritivas e análises causais entremeados por expressões com o: para que, então, por que, etc. dentre outros históricos. Os discursos históricos são acompanhados pelas indicações das atividades e metodologias do historiador, criando constantemente as condições da produção e colocando em cena uma realidade.
Dessa forma, o ensino da História proporciona o trabalho compreensível e desvela o discurso histórico, impondo uma atividade incessante e sistemática com o registro ou documento em sala de aula. No ensino de História, a palavra documento suscita em duas interpretações: primeira se identifica como material utilizado com fins didáticos, como: livro didático, mapa histórico e filme com objetivos educacionais. A segunda interpreta o documento, fonte, isto é, fragmentos de situações já vividas, possíveis de ser exploradas pelo historiador. Conhecer a História passou a significar a versão dada pelos historiadores baseando em documentos, principalmente os escritos. Nessa perspectiva, o documento histórico servirá para a pesquisa e para o ensino como prova irrefutável da realidade passada que deveria ser transmitida ao aluno. Os documentos serviam, também, para o professor utilizá-los como comprovação de sua narrativa da história. Portanto, o trabalho com o documento histórico em sala de aula é importante para a desconstrução de determinadas imagens canonizadas a respeito do passado. (SCHMIDT, CAINELLI, 2004).
1.3? HISTÓRIA ORAL

A história oral é constituída pelas memórias e recordações das pessoas vivas sobre seu passado. Como tal, está submetida a todas as ambigüidades e debilidades da memória humana; embora nesse ponto, não será consideravelmente diferente da história como um todo o qual, com freqüência, é distorcida, subjetiva e vista pelo cristal da experiência contemporânea, isto significa que é composta por vários tipos de relato dos sujeitos históricos, acerca da própria existência, pelos quais se podem conhecer suas relações com o seu grupo de pertencimento, de profissão, de classe e da sociedade em que vive, instituindo-se como importantes memórias sobre o passado. (SCHMIDT, CAINELLI, 2004:126).
A história oral escolar serve para diminuir a brecha entre o acadêmico e a sociedade; traz a história a casa, já que relaciona o mundo da sala de aula e o livro didático com o mundo social direto e cotidiano da comunidade em que vive o estudante.
Os projetos escolares de história oral podem ser algo mais que mera história local e têm aplicação até mesmo fora dos limites formais da disciplina histórica. A história oral aproveita a motivação pessoal para o estudo da História, na medida em que permite ao aluno participar de uma investigação válida dentre de seu próprio grupo familiar, étnico e local. Ao fazer isso, o projeto de história oral fortalece a identificação do aluno com suas tradições e valorizações próprias, tais projetos desenvolvem tanto as habilidades acadêmicas como as relações interpessoais, de grande utilidade para o aluno, os quais de maneira alguma, entram em conflito com a ênfase que se dá atualmente aos conhecimentos básicos. Os projetos de História oral escolar têm como resultado algo de valor real para a família, a comunidade, escolar e mundo mais amplo dos historiadores acadêmicos. (SCHMIDT, CAINELLI, 2004:127).
Nestes estudos, a história oral faz parte da metodologia do trabalho, sendo, portanto, um dos pontos mais importantes da monografia, uma vez que a história de Fordlândia está contada a partir dessa oralidade.



2 ? A HISTÓRIA DE FORDLÂNDIA EXISTENTE

2.1 ? TRABALHOS ACADÊMICOS
São poucos os trabalhos sobre Fordlândia. Entre esses, as monografias de Ivaldeth Cruz e Raimundo Lameiro, sobre a chegada da Companhia Ford no Tapajós, conforme relata Ivaldeth da Silva Cruz, (2007) em sua monografia, Fordlândia e a presença americana no Tapajós, foram no ano de 1928 que a Companhia Henry Ford chegou à região do Tapajós, precisamente em "Boa Vista", quem em 1933 oficialmente foi denominada de "Fordlândia", pelo qual é conhecida atualmente. "Localizada a margem direita do Rio Tapajós, antes fazia parte do município de Itaituba".
Outro trabalho acadêmico que trata de Fordlândia é a monografia de Raimundo Lameiro Santiago sobre a arquitetura de Aveiro, destacando os prédios abandonados dessa comunidade e narrativa de um morador dessa localidade.
Raimundo Lameiro entrevistou o senhor Raimundo Menezes da Silva, e conta em sua monografia detalhes de sua conversa. Diz que Raimundo Menezes, quando solteiro andou por vários lugares no Alto Tapajós, e que viajou de rio acima, chegando até Jacareacanga, logo após, seguiu para a comunidade de Barra do São Manoel, e nesta época ressalta que tinha dinheiro sem grandes preocupações com o dia-a-dia. Conta que passou dois anos no rio das Tropas por volta de 1953, depois passou por Itaituba, quando havia nela somente duas ruas: Hugo de Mendonça e Getúlio Vargas. Raimundo Menezes narra que gostava de caçar animais, "lontra" e "ariranha" no rio Jamachim e que matou cerca de dezesseis lontras, com o objetivo de obter lucros através da venda do couro ao senhor Tibiriçá de Itaituba, que pagava um alto valor na época. Esteve em Fordlândia, para conhecer seu filho o qual trabalhava na Companhia Ford. Morou na comunidade com sua família em Causuepá, onde trabalhou na roça, fez forno de farinha até quando mudou para o garimpo do Curuçá, sendo que mais tarde foi passear em Aveiro, onde criou sua família. (Santiago, 2008)



2.2 ? HISTÓRIAS OFICIAIS
2.2.1 - A utopia urbana de Ford na Amazônia
A migração para a Bacia Amazônica no final do século XIX e começo do século XX, homens em busca de serviço e terras nos seringais nativos, como intuito de melhorar a sua condição de vida. Parte desta população conseguiu emprego na concessão de um milhão de hectares de Ford, as margens do Rio Tapajós:
A luta de cearenses e maranhenses nas florestas da Amazônia é uma epopéia de que não ajuíza quem, no resto do mundo, se deixa conduzir, veloz e comodamente, num automóvel com rodas de borracha da borracha que esses homens, humildemente heróicos, tiram à selva misteriosa e implacável. (VICENTINE, 2004:134).

A possibilidade de implantação de uma nova área de cultivo da Hevea Brasiliensis na América Latina interessou a Henry Ford, que buscava a auto-suficiência de sua produção de automóvel em Dearborm Michigan (USA), com sua própria indústria de pneus, na década de 20. Coube ao senhor Jorge Dumont Villares, herdeiro de importante família cafeeira de São Paulo, vender sua concessão no Estado do Pará em 21 de julho de 1927, por 125mil dólares, sendo que o governo poderia ter concedido a terra gratuitamente caso tivesse participado do negócio. Esta não foi à dificuldade encontrada por Ford. Na verdade, a comissão técnica, por ele nomeada, deveria encontrar um bom lugar para plantar as seringueiras, acreditava-se na época em região do Alto Amazonas, na Bacia do rio Madeira, segundo análise do Departamento de Agricultura norte americano.
A concessão de Ford, denominada popularmente por Fordlândia, enfrentou ainda oposições políticas por sua extensão, pela concessão de isenção de impostos por 50 anos, e seu direito de jurisdição própria, uma espécie de "república" dentro da Velha Republica Brasileira, nos seus derradeiros anos, na época a área na concessão pertencia ainda ao município de Itaituba.
Para alguns, os investimentos da Companhia Ford na Amazônia representava uma quebra da hegemonia das oligarquias cafeeiras do sul do país e, ao mesmo tempo, uma ameaça à imunidade das oligarquias amazonenses e a seu sistema de trabalho. As discussões travadas por lideranças nacionais apontavam, ainda, a questão da formação de um enclave territorial na Amazônia.











Figura 01: Vista aérea de Fordlândia 1930.
Fonte: Site WWW.flickr.com.br/photos

Estes contratempos foram facilmente superados com a queda dos preços internacionais da borracha, a Revolução de Trinta e o apoio do novo Presidente, Getúlio Vargas. Foi fundamental, a imagem de modernização criada com os métodos racionais de trabalho, empregados pela Companhia Ford do Brasil. Inclusive na ilustração da nova cidade empresarial na selva. DEAN (1990: 111) comenta que em dezembro de 1928 um cargueiro de propriedade da Companhia depositou em Fordlândia os componentes de um núcleo inteiro de plantação, de motores diesel a pregos e parafusos.
A direção americana e os operários brasileiros puseram-se imediatamente a trabalhar na construção de uma pequena cidade, que logo seria a terceira maior da Amazônia uma cidade completa, com hospital, escolas, cinema, luz, porto, oficinas mecânicas e depósitos. Os visitantes ficavam pasmos com aquela soberba infra-estrutura,sem rival em milhares de quilômetros,em qualquer direção. As casas de madeiras bem alinhadas, os alojamentos, armazéns e refeitórios arrancavam elogios de visitantes brasileiros e muito contribuíram para tirar Ford de suas dificuldades políticas anteriores.
O investimento foi intensivo em Fordlândia, no período de 1928 a 1934, na área da plantação e na infra-estrutura. A cidade possuía toda a infra-estrutura urbana ? incluindo sistemas modernos de captação, tratamento e distribuição no caso da rede de água - e duas casas de forças para a rede de energia. Construíram-se os conjuntos de lazer, rede de telefonia, estação de rádio e mais de 70 km de estradas foram abertos entre as concessões, além de dois portos, um deles flutuante.
O espaço urbano separava as mais de cem casas operária e os mais de trinta barracões de trabalhadores sem famílias da "Vila Americana", destinada aos dirigentes estrangeiros e nacionais. No contexto, curiosamente, o pequeno desenho urbano da vila partia de uma praça central radial e o da "Vila Operária" configurava uma estrutura urbana ortogonal. Grande parcela da mão-de-obra foi, ainda, alojar-se em área internalizadas nas plantações, pequenos agrupamentos distribuídos como nos moldes dos seringais nativos.
Os espaços são disciplinados e os níveis profissionais retratam-se fisicamente no projeto urbano. Distingue-se, assim, das cidades empresariais contemporâneas, que comportam distinções de seis ou sete níveis habitacionais, dados os novos parâmetros tecnológicos e uma maior divisão social e técnica do trabalho. O projeto da cidade de Fordlândia discriminava somente dois espaços habitacionais que, por serem claramente delimitados, tornavam-se antagônicos e excludentes.
A segregação é dada pela forma urbana linear, que passa da "Vila Americana" para a área de produção industrial, para a área de equipamentos urbanos e centro comercial. Só então, chegava-se à "Vila Operária" e aos barracões. A cidade é uma fábrica, não por analogia, mas estruturalmente como tal.
As casas eram construídas em madeira, com material importado, e expressavam o estilo bangalow americano, com o requinte para aquele contexto, das construções pré-fabricadas. O direito à moradia, no núcleo urbano, condicionava-se à produtividade e à posição ocupada na divisão de trabalho na empresa.




2.2.2 ? As pressupostas vantagens oferecidas pela Cia: A oferta e a Realidade.

A implantação da Companhia Ford no Tapajós fora festejada com a portadora de novas perspectivas e de prosperidade e com a para região, através da oferta de empregos, e com a volta do "ouro negro".

E nesse contexto, portanto, que se dá experiência da plantação ordenada de seringueiras em Fordlândia e posteriormente em Belterra, na região do Tapajós, quando Henry Ford, proprietário da Ford Motor Company tentou ganhar autonomia pelo controle daquela matéria-prima perante o mercado internacional, através da implantação da Companhia Ford Industrial do Brasil. (AMORIM, 1995:36)

O jornal de Santarém número 129, de 30 de outubro de 1943, utiliza sua segunda folha, destinada a classificados, para destacar em grande estilo um anúncio da Companhia Ford, onde demonstra claramente a necessidade de contratar cada vez mais trabalhadores para suas plantações de borracha em Fordlândia.
A necessidade da contratação transparecia na preocupação da Companhia em demonstrar todas as vantagens oferecidas a seus trabalhadores, como forma de atrair a mão-de-obra regional para o trabalho rotineiro e metódico ao qual não estava acostumada, devido a sua cultura, assentada sobre a pesca, caça, coleta florestal e agricultura de subsistência, principalmente atividades econômicas do nativo.
O referido anúncio apresenta, principalmente, os salários iniciais que seriam pagos aos recém-contratados; trabalhadores em geral, sem especialização, receberiam Cr$ 9,00 por dia de serviço enquanto em que as mulheres teriam uma remuneração diária de Cr$ 6,00. Aqueles que já tivessem habilitação para seringueiro recebiam salários diários de Cr$ 11,00 por dia.
A companhia preocupava?se também em demonstrar, no anúncio, que fornecia gêneros alimentícios por preços fixos que eram comercializados abaixo do preço de mercado, dando aos trabalhadores a segurança da livre disponibilidade de bens essenciais a subsistência e inexistência do aviamento, que pudesse colocá-los em situações de crescente endividamento para com a empresa.
Segundo o anúncio, além dos salários preestabelecidos e da comercialização de gêneros alimentícios a preços fixos, a Companhia Ford ainda fornecia gratuitamente aos seus empregados e a todas as pessoas de suas famílias: "habitação, assistência médica, hospitalar, farmacêutica e dentária, uniformes, livros e outros materiais escolares, creche para os filhos de mulheres que quisessem trabalhar e até mesmo cinema que era apresentado duas vezes por mês.
No entanto, todas estas vantagens oferecidas pela Companhia a seus funcionários precisam ser averiguadas e analisadas, como forma de descobrir de que maneira elas beneficiariam os trabalhadores.

? HABITAÇÃO
Talvez a maior preocupação da Companhia fosse com relação à instalação dos trabalhadores, como forma de atrair uma força de trabalho escassa da área.
Desta forma, a empresa teve uma "preocupação social: as abrangentes providências que buscavam sempre o bem- estar dos trabalhadores, como ditavam as normas do capitalismo moderno. Todos tinham direitos sem precedentes na região. Moradia boa, com casas teladas e gratuitas, luz elétrica, água encanada, telefones comunitários, escolas onde o material didático era doado, cinema , e maior serraria da America Latina, fábrica de gelo, hortas coletivas, creches e, para completar, o mais bem equipado hospital do Pará".
As melhores moradias, que constituíam a Vila Americana existente em Fordlândia obedeciam ao padrão e ao estilo norte-americano. Na primeira concessão, por causa do "solo montanhoso, as casas foram construídas com "know-how", diretamente importado dos Estados Unidos, pois no Pará não existia nenhuma experiência arquitetônica deste tipo de construção", logo, eram amplas e luxuosas, algumas "de custo maior a cem contos".
O ponto de destaque das Vilas Americanas era o "Club House" que era dotado de jogos de snooker e outros jogos de salão, sendo de um conforto evidente e talvez nunca visto no Pará. As festas eram realizadas mensalmente ou em datas de significação Nacional, como 7 de setembro e 4 de julho "Independece Day".
Seguindo uma rígida hierarquia, depois da Vila Americana estava a Vila Democrata, que era destinada aos funcionários do alto escalão, geralmente estrangeiros que chefiavam as secções. Eram também casas amplas e confortáveis com grandes varandas, demonstravam a preferência dos norte-americanos por uma boa moradia.
Obedecendo praticamente ao mesmo padrão, os bangalôs da matinha e as Casas grandes da Avenida Boa Vista, já eram projetadas e adaptadas mais ao estilo regional, ambas em dois pavimentos, grandes e confortáveis sendo as primeiras destinadas a aos funcionários do hospital, e as outras para os funcionários do escritório.
Por fim, ainda na Avenida Boa Vista a Vila Operária, de habitações bastante inferiores as citadas anteriormente, pois eram de madeiras regionais beneficiadas na serraria, cobertas de telhas ruberóide.


? SAÚDE
Em outra vantagem divulgada anuncio do jornal, pela companhia Ford a seus empregados era: a Assistência Médica, hospitalar, farmacêutica e dentária, não só para seus empregados, mas também para as pessoas de suas famílias.
Para a prestação desses serviços à seus empregados a empresa tinha "o mais bem equipado Hospital do Pará, com profissionais brasileiros e médicos americanos formando uma equipe sem concorrência nas redondezas".
O hospital Ford, devido a sua má instalação completamente fora dos moldes de uma casa de saúde é o fantasma de toda gente na Boa Vista. Basta dizer que muitos casos de pneumonia causaram mortes, além do mais eram contraídos no próprio hospital. Raríssimo é o caso de polynevrite e poucos de pneumonia curados naquele hospital.












As chuvas invadiam as enfermarias através das telas metálicas que constituíam, em parte, as paredes laterais do edifício, com a ausência completa de venezianas ou sanefa.












Figura 05: Hospital Ford,1930
Fonte: Site WWW.flickr.com.br/photos

É evidente que, apresentados esses problemas, os das principais vantagens pressupostamente oferecidas pela Companhia Ford a seus empregados, habitação e saúde, propagadas pelo anúncio do jornal, é possível imaginar que as demais "vantagens fornecidas gratuitamente tenham sido verdadeiras.

2.2.3 - Ascensão e queda da cidade esquecida de Henry Ford na Amazônia
O livro narra duas décadas do vilarejo hoje abandonado às margens do Tapajós, além de apresentar a ideologia de Ford, que mistura ímpeto de avançar rumo ao futuro através do progresso enquanto se apega com nostalgia a valores morais e o modo de vida simples do passado.
Em 1927, Henry Ford não era um homem para os empresários, era considerado um deus dos negócios. Ele levantava comunidades do nada, abria estradas, criava usinas hidrelétricas. Era um verdadeiro rei Midas do capitalismo industrial, e foi recebido como o salvador da região amazônica. Que na época estava desolada devido às espertezas de um britânico que num dos primeiros casos de biopirataria roubou seringueiras para plantar nas colônias inglesas da Ásia, quebrando a região.
Só construir a cidade já foi um desafio, com a malária matando, mas o modo Ford encontrou outras barreiras culturais e naturais para se enraizar na selva. Para começo de conversa, de início não havia um único botânico ou agrônomo na equipe.
E os tecnocratas Americanos simplesmente dividiram a área da plantação pelo número de seringueiras, como fariam com máquinas em uma linha de produção. O resultado da proximidade das árvores foi uma praga devastadora após a outra. O conhecimento deles era tão pouco, que um dos diretores ficou preocupado quando leu uma sátira em um jornal dizendo que eles haviam adquirido apenas sementes de seringueiras fêmeas, e mandou uma carta para a matriz perguntando se isso era verdade.
Boas intenções eles tinham. Os barões da borracha exploravam a população com trabalho praticamente escravo, mantendo-os endividados e presos com preços altos de comida e equipamentos. Ford costumava oferecer salários maiores do que o normal em suas fábricas norte-americanas para reforçar o vínculo de dependência com o empregado além de estimular que ele consuma os próprios produtos Ford, mas os "nativos" não queriam saber de entrar nesse ritmo industrial e simplesmente pegavam o dinheiro da sua semana de salário e retornavam para sua agricultura de subsistência depois que tinham dinheiro para passar alguns meses.
O puritanismo Ford tentou implantar lei seca, acabar com os prostíbulos e cassinos que se implantavam. Cada empregado desembarcava com uma dúzia de familiares e agregados que não tinham onde morar e repletos de doenças que sobrecarregavam o hospital. E quando uma rebelião arrebentou no refeitório durante a fila para almoço porque não tinha arroz com feijão no almoço. Uma coisa que os revoltosos fizeram questão de destruir foi a máquina de ponto. Alguns americanos precisaram ficar escondidos na mata por dois dias até que o exército interviesse.
















3. FORDLÂNDIA: ATUALIDADES E PERSPECTIVAS DE FUTURO.
3.1 ? TRAJETÓRIA POLÍTICA.
Caracterizada como um dos marcos do processo do processo de ocupação na Amazônia, A Vila de Fordlândia, hoje pertencente ao Município de Aveiro. Construída pelo empresário Norte Americano Henrry Ford, reproduzia em detalhes não só o estilo arquitetônico de típicas cidades interioranas dos Estados Unidos, mas também o modo de vida americano.
Quando a Ford Motors Company abandonou suas propriedades na Amazônia, muitos trabalhadores só souberam que os americanos estavam partindo no dia que eles embarcaram no navio e seguiram Tapajós abaixo. Em Fordlândia foram arrancadas a maior parte das seringueiras mais próxima da cidade, plantando em seu lugar a juta, cacau e outras culturas experimentais.
Em 1950 foi abandonada pela segunda vez, passando de uma agencia do governo Federal para outra, cada uma menos comprometida que a anterior. A idéia que se tinha após a partida dos americanos (1945) da implantação de uma lição de ciência agrícola industrial em larga escala reverteu para um vilarejo disperso, onde os camponeses, antigos trabalhadores da Ford, cultivavam lotes de terras entre as plantações abandonadas de seringueiras e vendiam frutas, verduras e outros produtos no mercado local.
Somente em 1961, a Vila Fordlândia foi anexada à Aveiro, logo após ser restituída a categoria de Cidade pela Lei nº 2.460/61.
Até hoje a comunidade depende das ações do Município de Aveiro que, com seus líderes políticos decidem o que fazer e como viver na comunidade com pouca produção e muitos problemas de ordem sustentável, tendo como órgão administrador um escritório da Prefeitura Municipal de Aveiro, que é coordenado pelo Sr. Jelberson Adriano da Silva, brasileiro, 25 anos de idade, sob a função de acessor nomeado pelo Prefeito Municipal.
Ao ser indagado sobre a econômica de Fordlância, afirma que está baseada em moradores aposentados pelo Ministério da agricultura, ou funcionários públicos Municipais, e poucos são os que vivem da agricultura. Há também funcionários aposentados pelo INSS. Os comércios são pequenos, preferindo os moradores os moradores de melhor condição financeira fazer compras nas cidades mais próximas como Santarém e Itaituba, devido a escassez de alguns produtos e o alto preço dos outros, além da facilidade das cidades acima citadas possuírem agencias bancária variadas e grande variedade de comércios em geral.
Quando questionado sobre perspectivas de futuro, o mesmo afirma que em Fordlândia existem muitos sonhos ainda para sair da situação de total abandono e esquecimento que se encontra, já houve várias tentativas de mudar a sede do município para cá, afirma o gestor local, devido à facilidade de acesso Terrestre que a Vila possui uma Rodovia estadual que é denominada Transfordlândia que liga a Sede do Vilarejo às rodovias BR 230 (Rodovia Transamazônica) e BR 163 (Rodovia Santarém Cuiabá) no quilômetro denominado KM 74, sentido Itaituba Rurópolis, próximo a Comunidade denominada Divinópolis (KM 70), pertencente ao Município de Rurópolis, além do mais e muito difícil lutar por Fordlância uma vez que a Vila apesar de ser um dos maiores colégios eleitorais, não possui muita representatividade junto a Câmara Municipal de Aveiro, ficando no esquecimento das ações do legislativo Municipal. Outro anseio que a comunidade possui é de uma possível emancipação política, e desmembramento definitivo do Município de Aveiro, passando a ter sede administrativa própria, sonho despertado recentemente com a volta do assunto de Criação de Novos Municípios no Brasil. Nota-se um grande empenho por parte do mesmo em contribuir na medida do possível para amenizar o sofrimento da população local também esquecida no tempo.
Em 2009 uma equipe de acadêmicos do curso da FAI ? Faculdade de Itaituba, estiveram em Fordlândia como parte do Projeto Memória: Excursão à Fordlândia, que objetivava fazer com que o acadêmicos tivessem contato com o pouco que sobrou da Utopia de Henry Ford Chamada de Fordlândia, e também ouvir moradores que estavam presente nessa época ou seus descendentes.













Figura 05: Projeto Memória: Excursão à Fordlândia:
Saída de Itaituba para Fordlândia (2009).
Fonte: Arquivo pessoal

Na chegada em Fordlândia, houve uma recepção calorosa pelo então vereador Manuel Sales que prestou apoio logístico, para a equipe de acadêmicos na visita de campo.








Figura 06: Recepção do projeto Memória em Fordlândia
pelo então Vereador da época Manuel Sales (2009).
Fonte: Arquivo pessoal

3.2 ? CRESCIMENTO SÓCIO-ECONÔMICO.
O acesso principal à vila de Fordlândia é feito Via Fluvial. Há linhas regulares que ligam o vilarejo ás cidades de Santarém e Itaituba, onde o serviço é prestado por um Barco e uma lancha. Pode-se dizer que a Vila é privilegiada por possuir também acesso via terrestre, diferentemente da sede do município que o acesso é feito exclusivamente via fluvial. A Rodovia Transfordlândia que liga a Sede do Vilarejo às rodovias BR 230 (Rodovia Transamazônica) e BR 163 (Rodovia Santarém Cuiabá) no quilômetro denominado KM 74, sentido Itaituba Rurópolis, próximo a Comunidade denominada Divinópolis (KM 70), pertencente ao Município de Rurópolis.

Tr


A administração local é realizada por um acessor contratado pela Prefeitura de Aveiro para ser o elo entre a demanda da população e o Gestor Municipal. Suas atividades estão baseadas em atender as demandas da vila no Escritório Local nos setores de Educação, Saúde, Infra estrutura (Limpeza Pública), Bem estar social, bem como tentar solucionar os possíveis problemas que venham a tumultuar o andamento da ordem pública. Nota-se a prestação de apoio ao funcionalismo público, no que se diz respeito à documentação, relatórios, contracheques.













O resultado da pesquisa mostra a insatisfação da população local com as administrações municipal anteriores, e muitos cobram da atual administração maior empenho na realização de serviços essenciais à população, como melhoria no posto de saúde local, para atendimentos emergenciais, melhorias nas escolas e na qualidade de ensino, ou ponto bastante comentado pelos moradores é a questão da infra estrutura, manutenção das ruas e das vicinais que não são pavimentas, e desgastam rapidamente com o inverno rigoroso.
As mudanças são visíveis com relação à infra-estrutura, em contraste com ruas largas e bem cuidadas vistas em antigas fotos encontradas nos arquivos de Ford, atualmente muitas vias estão esburacadas cheias de arbustos e árvores finas, os ramais de acesso as comunidades vizinhas todos esburacados devido à ação do período chuvoso além da falta de conservação adequada.















O cemitério hoje está coberto pela floresta densa e pelas ervas daninhas e os crucifixos tortos ou parcialmente caídos. Observa-se várias cruzes caídas, a maioria datada de 1930, com suas inscrições apagadas, estando agrupadas enfileiradas próxima a uma árvore central.
No antigo hospital projetado Albert Kahn, nota-se o grande descaso por parte dos órgãos públicos observa-se restos de registros de pacientes datados de 1945, espalhados juntos a entulhos e destroços do prédio que já começa a ruir-se, a maioria do telhado desabou e as telhas foram retiradas para serem utilizadas em outras construções por moradores carentes, não há mais móveis apenas vestígios do que um dia foi um dos mais bem equipados Hospital da Região.














Figura 13: Imagem atual do Hospital Ford em Fordlândia(2011)
Fonte: Lindomar Vicente de Sousa


3.3 PERSPECTIVAS DE FUTURO.
A Comunidade de Fordlândia, atualmente, demonstra poucas condições de crescimento econômico, embora a população tenha aumentado, mas não se comparando ainda a população da época de Henry Ford, a maioria das residências já foi descaracterizada por pequenas reformas necessárias com o desgaste e a ação do clima e pragas. Já possuem várias construções completas de alvenarias, do pelo Pólo-Hidroviário de Itaituba. A produção predominante na região está fundamentada na pesca, criação de gado e extração da madeira, além dos serviços públicos de saúde e educação, provenientes do poder Municipal de Aveiro e estímulo da Madeireira que vem ofertando trabalho e prestação de serviços.
No que se refere à borracha, a pesquisa não constatou indícios de moradores que sobrevivam do somente do beneficiamento do látex, restando tal atividade apenas nas lembranças dos que presenciariam o auge dessa atividade na região, assim também com a sua quebra.
Uma parte economia local é movimentada pelos salários dos aposentados pelo Ministério da agricultura, ou funcionários públicos Municipais, e poucos são os que vivem da agricultura. Há também funcionários aposentados pelo INSS. Os comércios são pequenos, preferindo os moradores de melhor condição financeira fazer compras nas cidades mais próximas como Santarém e Itaituba, devido à escassez de alguns produtos e o alto preço dos outros, além da facilidade das cidades acima citadas possuírem agencias bancária variadas e grande variedade de comércios em geral, conforme já explorando anteriormente nas palavras do Representante da Administração Municipal de Aveiro.
Outro ponto que vem se destacando na economia local é a agropecuária, principalmente a pesca e criação de gado, onde prevalece a criação por extensão, onde o gado e criado solto em grandes extensões de terras, já é notável o crescimento dos rebanhos aos arredores da Vila e Comunidade próximas. A pesca ainda é de pequena escala, para sustentar o comercio local. É comum ao entardecer observar várias canoas ao longo do Tapajós ou em rios afluentes atrás do fruto do Rio Tapajós e assim muitos poderem alimentar suas família e ainda conseguir vender uma parte do que for pescado.











No setor Florestal, destaca-se a extração de madeira, elemento considerado importante na Visão de Ford. Há uma serraria comercial em operação atualmente em Fordlândia, embora sua tecnologia não seja muito melhor a disposição de John Rogge e Matt Mulrooney, há oitenta anos atrás apesar de ter tido mais sucesso do que Ford na exportação de madeira, o gerente ao ser entrevistado, acha graça se perguntam se ele enfrenta os m esmo problemas de Ford, cupins, e ou madeiras duras oi macias demais à umidade que provocava o empenamento. Ele afirmou que hoje já existem usos para as madeiras macias além da evolução das técnicas de secagem, e armazenamento da madeira.
A madeireira já chegou a empregar 125 moradores locais chegando a exportar o produto para os Estados Unidos, Canadá, Europa e Ásia. O proprietário insistiu em dizer que suas licenças estão em ordem e segue as leis ambientais, usando técnicas de exploração seletivas que permitem a recuperação da floresta. Atualmente a madeira possui apenas 20 funcionários, devido encontra-se parcialmente com as atividades paralisadas devido a problemas técnicos e financeiros que brevemente serão solucionados, como observa-se na foto a seguir há bastante madeira no pátio esperando para ser beneficiada.




Outra utopia que vem desde a era Ford na região, que não é muito citada nas bibliografias é a questão mineral, há indícios que precisam ainda ser comprovado através de estudos é a presença de minerais que possam ser industrializados ou trabalhados, como ouro, cassiterita etc, o que é citado também no discurso de moradores antigos que afirma que Ford não estava apenas atrás da Borracha e madeira, mas também atrás de ouro, o que ainda não foi comprovado através das bibliografias existentes sobre Fordlândia.
No que se refere ao Turismo, O Contexto Histórico do Vilarejo não esta sendo valorizado, em nenhuma das esferas governamentais (municipal, estadual, e federal) que deixa ao longo dos anos ir desaparecendo os vestígios da ocupação americana na Amazônia, deixando Toda uma arquitetura moderníssima para a época ir desaparecendo com a ação do clima e a ação do vandalismo, desta forma uma parte da História local vai desaparecendo com o tempo restando apenas as lembranças daqueles que ainda presenciaram esses fatos e que em breve serão esquecidos gradativamente quando os mesmos não mais existirem.













CONCLUSÃO.

Fordlândia foi projeto ambicioso que buscavam solucionar a falta de matéria-prima para a indústria automobilística que estava em alta expansão. Chegou a ter uma população de 2,5 mil habitantes em 1930, vinham pessoas de todos os lugares em busca deste verdadeiro tesouro na superfície da terra.
Mas não durou muito para esse sonho ser tragado pela floresta. A terra era imprópria e pedregosa e nenhum dos gerentes da Companhia Ford, tinham experiência em agricultura equatorial. As seringueiras, plantadas muito próximas umas das outras facilitou a infestação por pragas agrícolas, principalmente microorganismos que dizimaram as plantações. As plantas nativas em seu habitat natural conseguem sobreviver, pois estão protegidas pela floresta, não ficando exposta a esse tipo de praga. Todas as tentativas dos técnicos e administradores da Ford, inclusive a permuta de uma área, bem mais plana, (Belterra) não foram suficientes para o alcance do objetivo a qual se destinara a implantação da Vila na Região.
Muito se aprendeu com esse fracasso americano, principalmente que não adianta ter a maior tecnologia do mundo e ignorar a geografia e a história da região, dessa forma você estará cometendo erros primários. A Companhia Ford é marco que histórico no contexto das formas de ocupação que processaram sobre a Amazônia como espaço econômico social.
Atualmente a Vila se encontra sobre a Administração Municipal de Aveiro, sendo uma das principais Vilas do município, que apesar de tudo não possui representatividade junto a Câmara Legislativa Municipal, alem das atividades desenvolvidas pelo executivo são insuficientes para a demanda durante muitos anos de más administrações anteriores de deixaram Fordlândia no esquecimento absoluto.
Não muito diferente da época de Ford, A Vila ainda sobrevive hoje com a esperança que dias melhores virão, seja na melhoria das condições de vida da população através de uma administração justa que empregue os recursos destinados a comunidade de forma justa e transparente, ou até mesmo de um aquecimento da economia seja no setor madeireiro, com a implantação de mais madeireiras regularizadas na região que possam gerar emprego e renda para a população local, ou no setor mineral, uma vez que há indícios da presença de minerais que podem ser beneficiados.
Muitos moradores até se emocionam com o descaso dos governos nas esferas municipais estaduais e ate mesmo federal, que permite que anos de História Viva, que estariam preservados nos documentos, edificações, aos poucos estão sendo destruídos pela ação do clima ou do desgaste do tempo. Ainda existem vestígios da belíssima arquitetura americana, empregada na construção da vila americana, do sistema de abastecimento de água, da caixa d?água toda em aço trazida dos Estados Unidos, o que demonstrava todo o poderio e hegemonia de Henry Ford ao levantar verdadeiros paraísos no ermo da floresta Amazônica e que corre o risco de ser totalmente extinto e as gerações futuras não terem a oportunidade de observar, pesquisar e até mesmo reviver todo esse momento histórico.
Devido a toda a sensibilização por parte não só de moradores locais, mais também de Cinegrafistas e escritores de várias partes do mundo que recentemente passaram a querer conhecer mais profundamente a história do Império erguido por Ford na Amazônia, que mostra um momento de conquista seguido de momentos fracaços. Cabe ressaltar também o interesse de Acadêmicos, dentre eles o da Faculdade de Itaituba, em organizar expedições, pesquisar e ajudar nesta luta para que Fordlândia saia do esquecimento total em que vive e conseguir alcançar a esfera Governamental para que o governo possa tentar reconstruir todo esse patrimônio a assim salvar esse museu vivo da destruição total.







BIBLIOGRAFIA.

AMORIM, Antonia Terezinha dos Santos. A dominação Norte-Americana no Tapajós. Santarém: Tiagão,1995.
ALVES FILHO, Armando dos Santos. Pontos de História da Amazônia, volume II / Armando Alves Filho, José Alves de Sousa Júnior, José Maia Bezerra Neto. ? 2. ed. rev. ampl. ? Belém: Paka-Tatu, 2000. 100 p.
CRUZ, Ivaldeth da Silva. Fordlândia e a presença Americana no Tapajós. Monografia de TCC. Itaituba: FAI, 2007.
GRANDIN, Greg. l962-Fordlândia: Ascensão e queda da cidade esquecida de Henry Ford na selva / Greg Grandin; tradução de Nivaldo Montingelli Jr.- Rio de Janeiro: Rocco, 2010.
MAIA, Adi noel . A era Ford. Filosofia, ciência, técnica / Adinoel Motta Maria. Salvador, BA: CASA DA QUALIDADE, 2002.
SANTIAGO, Raimundo Lameira de. A Cultura Portuguesa Caracterizada na História do Município de Aveiro / Raimundo Lameira Santiago ? Itaituba-PA: CLPH da FAI, 2008.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar História. São Paulo; Scipione,2004 ( Pensamento e Ação no Magistério)
FONTES ORAIS.
? Biamor Adolfo de Sousa;
? Edson Araújo Branco
? Edy Jansem Branco
? Jelberson Adriano da silva;
? Jonata Sousa
? Manoel Profeta Trindade da Rocha
? Raimunda Sardinha
? Rannielce Janne Alves Figueira
? Rodrigo Lima










ANEXOS


1. TÍTULO: História da Comunidade de Fordlândia

2. TEMA: Origem e evolução de Fordlândia


3. JUSTIFICATIVA:
Este Projeto tem como ponto relevante a construção de uma fonte de informações que possibilitem aos fordlandenses, de modo geral, o conhecimento da Origem e evolução da comunidade, embasada no contexto histórico da vida cotidiana dos moradores. Assim, irá proporcionar à comunidade meios de informação que viabilizem criar documentos como fonte de pesquisa.
A motivação para escolha desse tema é a necessidade de construir uma fonte histórica sobre a comunidade, a partir do contexto do sujeito anônimo cidadãos comuns, e a estimulação acadêmica desse-se ao aprendido nas aulas de história na FAI, nas disciplinas de Historiografia e história social das comunidades.



4. OBJETIVOS:
4.1 Objetivos gerais:

Construir uma fonte histórica escrita sobre a Origem e evolução da Comunidade de Fordlândia, visando ampliar o conhecimento da própria comunidade.

4.2 Objetivos específicos:

a) Revisar a literatura, principalmente da Comunidade de Fordlândia.

b) Levantar dados sobre a história da Comunidade de Fordlândia,a partir dos depoimentos dos moradores.

c) Descrever e analisar os dados adquiridos dados na bibliografia comparando com os da pesquisa de campos.

d) Entrevistar sujeitos anônimos mais antigos e lideranças atuais da comunidade sobre a fundação e crescimento do local.

e) Elaborar um relatório para apresentar uma síntese em banca.



5. PÚBLICO-ALVO:

O Projeto pretende atingir professores e alunos do Curso de história da FAI e Comunidade de Fordlândia.



6. METODOLOGIA

O presente Projeto será executado com base em pesquisa bibliográfica sobre a fundação da Comunidade de Fordlândia. Em seguida com a pesquisa de campo através de entrevistas, depoimentos, fotos, formulários, questionários e relatos. Também, será feita uma descrição de campo da comunidade, análise dos resultados da pesquisa e finalmente o relatório para representar em banca. O enfoque metodológico do trabalho será hermenêutico fenomenológico, por que envolve a interpretação de texto e depoimentos dos moradores de Fordlândia.





7. REVISÃO LITERÁRIA:

"Os ingleses levaram as mudas brasileiras para suas colônias asiáticas no Ceilão e daí para a Malásia, onde se desenvolveram. Aquele mega-projeto da Ford, para implantação da que ficou conhecido como Fordlândia,na Amazônia brasileira,no entanto,fracassou." (MAIA, 2002.).
Fordlândia surgiu durante o ciclo da borracha na Amazônia nas três últimas décadas do século XIX, alcançando seu ponto alto no final da primeira década do século XX, com a expansão das industrias automobilistas européia e norte-americanos. Segundo AMORIM (1995), a queda do preço da borracha provoca dificuldades econômica que leva os ingleses a pressionar os norte-americanos a aumentar o preço do produto.

"É nesse contexto, portanto, que se dar a experiência da plantação ordenada de seringueiras em Fordlândia e posteriormente em Belterra, na Região do Tapajós, quando Henry Ford, proprietário da Ford Motor Company, tentou ganhar autonomia pelo controle daquela matéria- prima perante o mercado internacional, através da implantação da Companhia Ford Indústria do Brasil."(AMORIM,1995).

Conforme relata Ivaldeth da Silva Cruz, (2007), em sua monografia Fordlândia e a presença americana no Tapajós foi no ano de 1928, que a Companhia Henry Ford chegou à região do Tapajós, precisamente em " Boa Vista", quem em 1933 ,oficialmente foi denominada de " Fordlândia" ,pelo qual é conhecida atualmente.Localizada a margem direita do Rio Tapajós ,antes fazia parte do município de Itaituba.
Com a Lei Estadual nº 2.460 de dezembro de 1961, criando assim, seu próprio território desmembrado dos municípios de Santarém e Itaituba, hoje pertencente ao município de Aveiro,do qual Fordlândia é um distrito (Ver documento em anexo).


8. PLANO DE TRABALHO
Introdução

1. A Comunidade de Fordlândia.
2. Origem e evolução de Fordlândia.
3. Perfil atual da Comunidade de Fordlândia perspectivas para o futuro.
Conclusão

Bibliografia

Anexos



9. CRONOGRAMA


ETAPAS DO PROJETO JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN
1. Revisão Literária X X
2. Levantamento de dados X
3. Descrição de dados x x x
4. Análise dos dados x x
5. Relatório final x x



10. Referências bibliográficas

AMORIM, Terezinha dos Santos. A dominação Norte Americana. Santarém: Tiagão,1995.
CRUZ, Ivaldeth da Silva. Fordlândia e a presença Americana no Tapajós. Monografia de TCC. Itaituba: FAI, 2007.
MAIA, Adi noel . A era Ford. Filosofia, ciência, técnica / Adinoel Motta Maria. Salvador, BA: CASA DA QUALIDADE, 2002.
SANTIAGO, Raimundo Lameira de. A Cultura Portuguesa Caracterizada na História do Município de Aveiro / Raimundo Lameira Santiago ? Itaituba-PA: CLPH da FAI, 2008.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar História. São Paulo; Scipione,2004 ( Pensamento e Ação no Magistério).